29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

56 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

estrangeiros que voltavam para a Europa 13 . Nesse sentido, instituições como a<br />

School of Oriental and African Studies (SOAS) de Londres e secções esparsas <strong>da</strong><br />

Sorbonne e <strong>da</strong>s grandes escolas em Paris, tiveram um papel especial. Na SOAS,<br />

por exemplo, 58% dos que obtiveram doutorado entre 1963 e 1973 começaram<br />

lecionando na <strong>África</strong>; menos de 20% do total eram britânicos e somente 13%<br />

tiveram seu primeiro cargo numa universi<strong>da</strong>de britânica 14 . Isso diminuiu em<br />

parte o impacto direto <strong>da</strong> SOAS – instituição que congrega o mais importante<br />

grupo de historiadores <strong>da</strong> <strong>África</strong> já reunido no mundo por uma universi<strong>da</strong>de –<br />

sobre a educação britânica. Sua influência indireta, porém, foi considerável. Além<br />

<strong>da</strong> SOAS, as universi<strong>da</strong>des de Birminghan, Sussex e Edimburgo reservaram<br />

entre seus programas um papel especial à história africana; e pelo menos outras<br />

oito dispõem de um especialista em história africana que leciona regularmente<br />

essa matéria a estu<strong>da</strong>ntes de graduação.<br />

Esse nível particular de desenvolvimento na Grã -Bretanha talvez fosse<br />

previsível, levando em conta os interesses colonialistas e neocolonialistas deste<br />

país em relação às estruturas universitárias africanas. Em compensação, o enorme<br />

crescimento <strong>da</strong> pesquisa sobre a história <strong>da</strong> <strong>África</strong> na América do Norte durante<br />

os anos 60 era completamente inesperado, já que os historiadores dos Estados<br />

Unidos pareciam não tratar equitativamente nem a história dos afro -americanos<br />

de sua própria socie<strong>da</strong>de. A numerosa minoria de descendentes de africanos<br />

presente nos Estados Unidos desde suas origens não havia suscitado um interesse<br />

notável pela <strong>África</strong>, mesmo entre a maior parte dos afro -americanos. De resto, o<br />

impulso repentino dos estudos sobre a história africana pode ser observado tanto<br />

no Canadá como nos Estados Unidos, embora o Canadá não tenha governado<br />

uma parte <strong>da</strong> <strong>África</strong>, como a Grã -Bretanha, nem conte entre seus habitantes com<br />

uma minoria afro -americana importante, como ocorre com os Estados Unidos.<br />

Antes de 1960, a história <strong>da</strong> <strong>África</strong> mal era ensina<strong>da</strong> na América do Norte.<br />

Em torno de 1959, pouco depois de sua fun<strong>da</strong>ção, o African Studies Association<br />

só contava com 21 membros, residentes nos Estados Unidos ou no Canadá, que<br />

poderiam ser considerados historiadores. Entre esses, menos <strong>da</strong> metade ocupava<br />

cargos universitários que os obrigassem a consagrar o tempo disponível à história<br />

<strong>da</strong> <strong>África</strong>. Por outro lado, o Primeiro Congresso Internacional de Africanistas<br />

13 Agradeço ao professor J. F. Ade AJAYI, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Lagos, e aos professores J. D. FAGE e<br />

Roland OLIVER, pelas informações que me forneceram a respeito do impacto <strong>da</strong> história africana<br />

sobre a história em geral na Europa e na <strong>África</strong>, respectivamente. No entanto, deve ser atribuído a mim<br />

qualquer erro fatual ou de avaliação que este texto porventura apresente.<br />

14 OLIVER, R. “African Studies in London, 1963 -1973”. (Comunicação não publica<strong>da</strong> distribuí<strong>da</strong> no<br />

Terceiro Congresso Internacional de Africanistas, Adis Abeba, dezembro de 1973).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!