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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Tendências recentes <strong>da</strong>s pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral<br />

portanto, um pouco isolados, o que poderia contribuir para explicar por que os<br />

estudos históricos continuam a não ceder nenhum lugar à <strong>África</strong> em numerosas<br />

universi<strong>da</strong>des europeias, exceto na Inglaterra e na França.<br />

Também nestes países a tradição geral dos estudos históricos se inspira num<br />

espírito de campanário, mas a formação de administradores coloniais teve aí<br />

um peso particular. A partir de 1955 aproxima<strong>da</strong>mente, começou o processo<br />

de repatriação desses administradores, e muitos deles iniciaram uma nova<br />

carreira de historiadores dos países onde haviam exercido suas funções. Esse foi<br />

o caso <strong>da</strong> França, principalmente, como demonstra o exemplo dos professores<br />

Deschamps e Person. Para esse país, assim como para a Inglaterra, a criação e o<br />

crescimento de novas universi<strong>da</strong>des africanas, que <strong>da</strong>tam dos anos 50, abriram<br />

a possibili<strong>da</strong>de de empregos na <strong>África</strong>. Jovens historiadores escolheram temas<br />

africanos para sua aprendizagem de pesquisa ou começaram a se interessar pela<br />

história africana quando foram lecionar na <strong>África</strong>. Em segui<strong>da</strong>, nos anos 60 e 70,<br />

esses historiadores estrangeiros foram progressivamente substituídos por africanos<br />

e voltaram a lecionar na ex -metrópole, muitas vezes depois de terem passado oito<br />

ou dez anos na <strong>África</strong>. Nem todos voltaram a ensinar a história africana, mas<br />

o número total dos que o fizeram é significativo. O número dos historiadores<br />

vindos <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des africanas que entraram nas universi<strong>da</strong>des britânicas entre<br />

1965 e 1975 situa -se provavelmente entre sessenta e setenta, o que representa em<br />

torno de 8 a 10% dos historiadores que passaram a trabalhar nas universi<strong>da</strong>des<br />

britânicas nesse período. Em 1974, três cadeiras de “<strong>História</strong> Moderna” (expressão<br />

que designava tradicionalmente a história <strong>da</strong> Grã -Bretanha moderna) estavam<br />

ocupa<strong>da</strong>s por historiadores cujos principais trabalhos de pesquisa tinham sido<br />

dedicados à <strong>África</strong>. É ain<strong>da</strong> muito cedo para determinar a influência que tal<br />

retorno <strong>da</strong> <strong>África</strong> terá sobre as tradições históricas britânicas em geral, mas<br />

provavelmente será considerável.<br />

Na França, observa -se um fenômeno semelhante, ain<strong>da</strong> que os números<br />

correspondentes sejam um pouco mais baixos e que os professores vindos <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> constituam uma porcentagem menor do recrutamento para o ensino<br />

universitário. Uma nova geração de historiadores começou a se interessar pela<br />

<strong>África</strong>. Em Paris, tanto nas diferentes universi<strong>da</strong>des quanto no Centro de Estudos<br />

Africanos, que é interuniversitário, um certo número de especialistas em história,<br />

sociologia e arqueologia trabalharam muito tempo nas universi<strong>da</strong>des africanas,<br />

com as quais continuam mantendo estreitas relações. A situação é semelhante<br />

em Aix, Bordeaux e Lyon. Paralelamente, as universi<strong>da</strong>des britânicas e francesas<br />

asseguraram a formação de historiadores africanos encarregados de substituir os<br />

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