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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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634 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Mortelmans (1959) recolheu em superfície, no Congo dia Vanga, machados<br />

polidos, quartzos lascados atípicos e uma cerâmica rudimentar de fundo plano.<br />

A mesma cerâmica é encontra<strong>da</strong> nas grutas de Ntadi -ntadi, Dimba e Ngovo,<br />

associa<strong>da</strong>, nesses dois últimos sítios, a machados polidos. Por quatro vezes o<br />

carvão vegetal <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong>des foi <strong>da</strong>tado de dois séculos antes <strong>da</strong> Era Cristã<br />

(Maret, 1977 -a). Infelizmente, trata -se de son<strong>da</strong>gens muito limita<strong>da</strong>s para que<br />

se possa excluir definitivamente a possibili<strong>da</strong>de de atribuição desses vestígios<br />

à I<strong>da</strong>de do Ferro, visto que novas escavações mostram que o Leopoldiense<br />

<strong>da</strong> ponta de Gombe talvez avance pela I<strong>da</strong>de do Ferro (Cahen, 1976). Mas<br />

como esse sítio sofreu grandes perturbações, é possível tratar -se de uma simples<br />

contaminação dos horizontes superiores.<br />

Em Dimba e Ngovo, único sítio onde as ossa<strong>da</strong>s se conservaram, a análise<br />

<strong>da</strong> fauna associa<strong>da</strong> não revelou até agora a presença de animais domésticos. Na<br />

ausência de outros <strong>da</strong>dos socioeconômicos, é prematuro admitir um ver<strong>da</strong>deiro<br />

neolítico cujos responsáveis houvessem empregado utensílios polidos e cerâmica<br />

e criado gado ou praticado a agricultura. O mesmo acontece com to<strong>da</strong>s as outras<br />

indústrias de aspecto neolítico coleta<strong>da</strong>s até o momento na <strong>África</strong> Central; não<br />

lhes conhecemos nem os utilizadores, nem a época, nem o sistema econômico.<br />

Entretanto, lançou -se recentemente a hipótese de que alguns dos vestígios em<br />

questão pertenceriam a um estágio final <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra, a que corresponderiam<br />

talvez as primeiras etapas <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong>s populações de língua bantu, por volta<br />

do último milênio antes <strong>da</strong> Era Cristã, isto é, antes de adquirirem o domínio do<br />

ferro (Phillipson, 1976; Maret, 1977 -b; van Noten, 1978).<br />

Devemos também mencionar aqui os megálitos descobertos na região<br />

de Buar; remontariam ao V ou I milênio antes <strong>da</strong> Era Cristã, podendo, no<br />

entanto, tratar -se de um caso de reutilização (Bayle des Hermens, 1975). Por<br />

suas dimensões, esses monumentos parecem ser obra de populações sedentárias,<br />

que, supõe -se, tinham ultrapassado o estágio <strong>da</strong> caça e <strong>da</strong> coleta. Queremos<br />

notar que os pavimentos megalíticos de Api constituem um fenômeno natural<br />

e, de modo algum, trabalho humano (van Noten, 1973), como é o caso de to<strong>da</strong>s<br />

as outras construções considera<strong>da</strong>s megálitos conheci<strong>da</strong>s até hoje no Zaire.<br />

Sequência idealiza<strong>da</strong>?<br />

Por ocasião do Congresso Pan-Africano em Dacar em 1967, J. D. Clark<br />

tentou estabelecer uma sequência na nomenclatura <strong>da</strong> bacia do Zaire (Clark,<br />

1971). Retraçando o histórico <strong>da</strong>s diferentes nomenclaturas utiliza<strong>da</strong>s para

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