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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Descoberta e difusão dos metais e desenvolvimento dos sistemas sociais até o século V antes <strong>da</strong> Era Cristã<br />

A descoberta de objetos de cobre nos sítios do Grupo A levanta a questão<br />

<strong>da</strong> difusão desse metal no vale superior. Como as populações do Ba<strong>da</strong>riense, os<br />

africanos do Grupo A utilizavam a malaquita como maquilagem para os olhos<br />

e a pulverizavam sobre paletas de quartzo; conheciam também a técnica de<br />

fabricação <strong>da</strong> massa esmalta<strong>da</strong> (“faiança egípcia”). Considerando -se a existência<br />

de jazi<strong>da</strong>s de minério de cobre na Núbia, explora<strong>da</strong>s em épocas remotas, é bem<br />

possível que os objetos de cobre encontrados nos sítios do Grupo A antigo<br />

(sobretudo agulhas) sejam exclusivamente de fabricação local 60 .<br />

As importações provenientes do norte limitam -se, aparentemente, a vasos de<br />

pedra, alabastro, xisto, brecha e a matérias -primas como o sílex, que praticamente<br />

não existe nos arenitos <strong>da</strong> Núbia, mas é encontrado em abundância no Egito. A<br />

cerâmica é ain<strong>da</strong> do tipo vermelho com bordos pretos e fabrica<strong>da</strong> localmente<br />

segundo excelente técnica. Na confecção de utensílios e armas, as populações<br />

do Grupo A utilizavam mais frequentemente a pedra e o osso que o metal:<br />

facas e clavas, exatamente como as do Amratiense, são de sílex ou de diorito e<br />

basalto; as agulhas ou fivelas e furadores são em geral de osso ou de marfim. O<br />

ouro aparece nas joias. As paletas para maquilagem de xisto são provavelmente<br />

inspira<strong>da</strong>s nas egípcias, mas encontram -se também paletas de quartzo branco<br />

que são típicas <strong>da</strong> cultura do Grupo A 61 .<br />

Ao Grupo A antigo, ain<strong>da</strong> pouco conhecido, sucede o Grupo A clássico que, a<br />

julgar pelo número de túmulos e necrópoles que deixou, conhece o que se poderia<br />

chamar de explosão demográfica 62 . Muito próximo de seu predecessor do ponto<br />

de vista material, o Grupo A clássico diferencia -se sobretudo pela importação<br />

de um número bem maior de objetos do vale inferior. Viu -se nesse fenômeno a<br />

prova de um comércio ativo entre os vales inferior e superior do Nilo. A cerâmica<br />

mantém uma quali<strong>da</strong>de e uma beleza superiores, mas simultaneamente aparece<br />

um grande número. de vasos importados do tipo gerzeense, de cor clara. Esses<br />

vasos foram provavelmente utilizados para conservar matérias perecíveis (pensa-<br />

-se particularmente no óleo), importa<strong>da</strong>s em troca do marfim e do ébano que<br />

vinham do sul.<br />

A cultura do Grupo A clássico continua a prosperar até aproxima<strong>da</strong>mente<br />

-2800, quando, de maneira repentina, desaparece quase inteiramente, cedendo<br />

60 Cabe observar que já no Antigo Império o minério de cobre parece ter sido tratado in loco, nota<strong>da</strong>mente<br />

em Buhen, cf. W. B. EMERY, 1965, p. 111 -14.<br />

61 F. HINTZE, 1967, p. 44.<br />

62 B. G. TRIGGER, 1965, p. 74 -75.<br />

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