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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> austral<br />

de outro material para obter uma eficiência maior começou provavelmente na<br />

época <strong>da</strong>s indústrias do Grupo II: os traços de adelgaçamento nas faces dorsais<br />

<strong>da</strong>s pontas de Mossel Bay ou a retira<strong>da</strong> do talão por retoques inversos parecem<br />

indicar modificações relaciona<strong>da</strong>s com a fixação de cabos. Na <strong>África</strong>, o meio<br />

mais simples de montar, por exemplo, uma faca de pedra ou uma ponta de<br />

projétil era provavelmente utilizar diversas formas de mástique (resina, goma,<br />

látex, etc.) com ligamentos de fibras e tendões.<br />

O aparecimento do homem moderno na pré -história está associado a uma<br />

série de práticas e características culturais inovadoras. Os sedimentos acumulados<br />

nas cavernas e abrigos sob rochas e em alguns sítios favoráveis ao ar livre indicam<br />

que desde então as ocupações sazonais tornaram -se regra geral. Ao que parece,<br />

estamos diante de grupos muito mais estrutura dos, embora ain<strong>da</strong> abertos e de<br />

composição sujeita a frequentes alterações. A multiplici<strong>da</strong>de e a padronização<br />

dos diferentes tipos de utensílios, a maior frequência de sepulturas intencionais<br />

e o hábito de colocar junto ao morto objetos e alimentos para que ele pudesse<br />

enfrentar o além, o uso mais regular de pigmentos na decoração e possivelmente<br />

no ritual, e até mesmo o gosto pela música presente na <strong>África</strong> do Norte - tudo<br />

testemunha as indiscutíveis vantagens genéticas do Homo sapiens sapiens. Um<br />

dos aspectos <strong>da</strong> maior especialização regional dos utensílios pode ser explicado<br />

pelas preferências locais por certas espécies de animais de caça e no crescente<br />

uso de certos alimentos vegetais que precisavam ser moídos e triturados. O<br />

material de moagem aparece pela primeira vez com as indústrias dos grupos III<br />

e IV e mais particularmente pouco depois de -25.000. Um conjunto significativo<br />

de utensílios pesados acompanha os utensílios leves do norte e do nordeste de<br />

Zâmbia, refletindo um sistema de exploração com recursos muito semelhantes<br />

aos do Zaire e de Angola.<br />

A visão tradicional <strong>da</strong> Middle Stone Age como um conjunto de variantes<br />

regionais distintas (Stillbay, Pietersburg, Mossel Bay, Howieson’s Poort, etc.),<br />

to<strong>da</strong>s mais ou menos contemporâneas e caracteriza<strong>da</strong>s por uns poucos fósseis-<br />

-guias, parece hoje excessivamente simplifica<strong>da</strong>. As indústrias <strong>da</strong> Middle Stone<br />

Age podem ser considera<strong>da</strong>s como produtos de uma a<strong>da</strong>ptação contínua a<br />

regiões ou zonas biogeográficas distintas, onde as necessi<strong>da</strong>des e ativi<strong>da</strong>des dos<br />

grupos humanos determinaram a escolha <strong>da</strong>s matérias -primas a serem usa<strong>da</strong>s na<br />

fabricação dos utensílios. Podemos compreender melhor a importância relativa,<br />

para o grupo, desses diferentes materiais – madeira, pedra, osso, chifre, etc.<br />

– a partir de uma comparação entre os <strong>da</strong>dos paleoecológicos e os obtidos<br />

através de estudos do tipo site catchment analysis (análise de área de captação de<br />

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