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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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54 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Revolução Industrial. Ao mesmo tempo, os historiadores começaram a se interessar<br />

também pela história de outras regiões – a do mundo islâmico ao norte, insistindo<br />

particularmente na sua influência ao sul do Saara; a <strong>da</strong> América Latina ou do<br />

Sudeste Asiático, porque elas poderiam recuperar certos aspectos <strong>da</strong> experiência<br />

africana; a do Leste Asiático, onde o crescimento econômico do Japão constituía<br />

um exemplo do qual a <strong>África</strong> poderia tirar ensinamentos. O impacto <strong>da</strong> história<br />

africana proporcionou assim uma reorientação geral, no sentido de uma concepção<br />

do mundo e de seu passado, ver<strong>da</strong>deiramente afrocêntrica – sem se interessar<br />

exclusivamente pela <strong>África</strong> e pelos africanos, como a velha tradição europeia se<br />

interessava apenas pelos europeus, mas no quadro de uma Weltanschauung <strong>da</strong> qual<br />

a <strong>África</strong>, e não a Europa, constitui o ponto de parti<strong>da</strong>.<br />

Esse objetivo não foi ain<strong>da</strong> completamente atingido, mesmo nas mais avança<strong>da</strong>s<br />

universi<strong>da</strong>des de língua inglesa. Será necessário um certo tempo para formar uma<br />

geração de historiadores africanos inovadores que explorem novos caminhos,<br />

escolhidos por eles mesmos. As universi<strong>da</strong>des de língua francesa estão um decênio<br />

atrasa<strong>da</strong>s: em Abidjan, Dacar e Lubumbashi (herdeira de Lovanium no domínio<br />

<strong>da</strong> história), as mais antigas universi<strong>da</strong>des de língua francesa, só a partir do início<br />

<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70 é que o corpo de professores de história passou a ser composto<br />

majoritariamente por africanos, ao passo que essa evolução havia ocorrido desde<br />

o início dos anos 60 nas mais antigas universi<strong>da</strong>des de língua inglesa. Agora que<br />

os historiadores africanos possuem seu lugar nas universi<strong>da</strong>des de língua francesa,<br />

pode -se prever um reajustamento semelhante <strong>da</strong>s concepções <strong>da</strong> história mundial.<br />

Mas já a partir de 1963 se realizou a reforma dos programas de história nas escolas<br />

secundárias dos países de língua francesa. Ela seria imediatamente segui<strong>da</strong> pela<br />

reforma dos programas dos estudos históricos universitários, de acordo com o<br />

programa do CAMES (Conselho Africano e Malgaxe para o Ensino Superior).<br />

O impacto <strong>da</strong> história africana sobre a pesquisa e o ensino de história na<br />

Europa ocidental está ligado à antiga relação colonial. Essa é uma <strong>da</strong>s razões<br />

pelas quais a França e a Inglaterra constituíram os principais centros europeus<br />

de estudo <strong>da</strong> história africana.<br />

To<strong>da</strong>via, também em outros lugares se registraram progressos no ensino <strong>da</strong><br />

história africana, em particular na Tchecoslováquia e na Polônia, assim como<br />

na União Soviética, onde ela é sistematicamente ensina<strong>da</strong> na Universi<strong>da</strong>de<br />

Patrice Lumumba, de Moscou, cuja missão específica consiste em formar<br />

estu<strong>da</strong>ntes africanos. Em outros lugares, especialistas solitários prosseguem<br />

pesquisas em diferentes centros universitários, sendo que isso ocorre de forma<br />

mais sistemática nos institutos de pesquisa que seguem a tradição alemã de<br />

organização universitária. Os pesquisadores que se dedicam à <strong>África</strong> estão,

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