29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

478 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

isolados de hienas para um total de 729; na jazi<strong>da</strong> do Riss -Würm, 1000,<br />

para um total de 1100.<br />

Pouco a pouco, to<strong>da</strong>via, afirmou -se uma tendência favorável à indústria<br />

osteodontoquerática, sem um juízo prévio do tipo de australopitecíneo<br />

que seria considerado o caçador. A coexistência de uma indústria lítica<br />

(Sterkfontein, 1955) veio corroborar essa teoria, mas foi a indústria óssea<br />

de Olduvai, admiravelmente descrita por Mary Leakey 3 , que trouxe a prova<br />

definitiva e indiscutível, abrindo caminho para a indústria semelhante<br />

atribuí<strong>da</strong> aos pitecantropíneos <strong>da</strong> <strong>África</strong>, Ásia (Chu -Ku -Tien) e Europa<br />

(Torralba e Ambrona, por exemplo). Encontramos, em to<strong>da</strong> a pré -história<br />

e desde o seu início, um tipo de indústria óssea paralela à indústria lítica.<br />

Embora sendo de análise mais difícil, sabemos que ela existe, e em nenhum<br />

outro lugar é, mais antiga que na <strong>África</strong>; contudo, não está prova<strong>da</strong> a<br />

existência de um estágio “pré -lítico”.<br />

b) A indústria lítica. Desde que a hipótese dos “eólitos” foi abandona<strong>da</strong>,<br />

os seixos lascados <strong>da</strong> assim chama<strong>da</strong> Pebble Culture representam a mais<br />

antiga indústria lítica conheci<strong>da</strong>. Em 1919, E. J. Wayland, então diretor do<br />

Serviço Geológico de Ugan<strong>da</strong>, notou a existência, nessa região <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

oriental, de seixos lascados semelhantes aos descobertos no Ceilão antes<br />

de 1914. Em 1920, ele criou os termos Pebble Culture e Kafuense (do rio<br />

Kafu) e, em 1934, distinguiu quatro estágios evolutivos nessa indústria. Foi<br />

Wayland também quem sugeriu a Louis Leakey, em 1936, a criação do<br />

termo “Olduvaiense” para designar a evoluí<strong>da</strong> Pebble Culture <strong>da</strong> garganta de<br />

Olduvai (Tanzânia). Em 1952, van Riet Lowe tentou fazer uma primeira<br />

classificação técnica e morfológica <strong>da</strong> Pebble Culture. Mas foi <strong>da</strong> Ásia que<br />

veio a definição <strong>da</strong>s forças considera<strong>da</strong>s essenciais, apresenta<strong>da</strong> por H.<br />

Movius: o chopper, o chopping ‑tool, o hand ‑axe (1944). Aos poucos, os pré-<br />

-historiadores de to<strong>da</strong> a <strong>África</strong> (mas nem sempre os <strong>da</strong> Europa) foram -se<br />

convencendo: C. Arambourg (Argélia), P. Biberson (Marrocos), H. Hugot,<br />

H. Alimen, J. Chavaillon (Saara), Mortelmans (Katanga), etc. Classificações<br />

morfológicas basea<strong>da</strong>s nas técnicas de lascamento foram propostas por L.<br />

Ramendo e P. Biberson. Dois fatos foram imediatamente constatados:<br />

em primeiro lugar, a Pebble Culture já era bastante complexa, com formas<br />

muito varia<strong>da</strong>s, rígi<strong>da</strong>s e sistemáticas para representar o início <strong>da</strong>s indústrias<br />

líticas; em segundo lugar, a Pebble Culture continha em potencial to<strong>da</strong>s as<br />

possibili<strong>da</strong>des evolutivas que levariam às indústrias clássicas do Paleolítico<br />

3 Olduvai Gorge, t. III.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!