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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Origens, desenvolvimento e expansão <strong>da</strong>s técnicas agrícolas<br />

Mais tarde, as varie<strong>da</strong>des de arroz cultiva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Ásia (O. sativa) foram<br />

introduzi<strong>da</strong>s na <strong>África</strong>, possivelmente a partir do século VIII pelos árabes (na<br />

costa oriental), ou a partir do século XVI pelos europeus (na costa ocidental).<br />

Estabeleci<strong>da</strong> a origem de várias espécies cultiva<strong>da</strong>s (no presente capítulo<br />

só pudemos apresentar um resumo), aparece de maneira clara o caráter<br />

endógeno <strong>da</strong>s civilizações agrícolas <strong>da</strong> <strong>África</strong>, a partir dos recursos vegetais dos<br />

meios ambientes naturais locais e sem necessariamente implicar influências<br />

extra -africanas.<br />

Relações entre a <strong>África</strong> e a Ásia<br />

Como já dissemos acima, as difusões provenientes do berço agrícola e pastoril<br />

do Oriente Próximo mesopotâmico devem certamente ter desempenhado papel<br />

importante na história antiga <strong>da</strong> agricultura na <strong>África</strong>. Assim, <strong>da</strong> Abissínia à <strong>África</strong><br />

do Norte, passando pelo vale do Nilo, existe uma zona que se pode considerar<br />

como pertencente ao domínio paleomediterrâneo definido por Haudricourt e<br />

Hedin (1943, op. cit.). No entanto, mesmo nessa zona, encontramos espécies<br />

cultiva<strong>da</strong>s propriamente africanas, na Etiópia sobretudo mas também no Egito<br />

e na <strong>África</strong> do Norte.<br />

Mais interessante, mas talvez menos conheci<strong>da</strong>, é a história <strong>da</strong>s relações<br />

antigas entre a <strong>África</strong> e a Ásia. A <strong>África</strong> deu à Ásia vegetais domésticos, como<br />

o sorgo, por exemplo, mas recebeu em troca não apenas cultígenos do Oriente<br />

Próximo (varie<strong>da</strong>des de trigo, ceva<strong>da</strong>, etc.), como também plantas vin<strong>da</strong>s do<br />

sudeste tropical <strong>da</strong> Ásia. Com efeito, parece provável que – seja através <strong>da</strong> via<br />

sabeia do sul <strong>da</strong> Arábia e leste <strong>da</strong> <strong>África</strong>, seja através de antigos navegadores que<br />

aportaram na costa sudeste – tenham sido introduzi<strong>da</strong>s no continente africano,<br />

no passado, as bananeiras, o inhame grande (Dioscorea alata L.), o taro (Colocasia<br />

esculenta L. Schott) e talvez a cana -de -açúcar (Saccarum officinarum L.).<br />

Algumas dessas plantas cultiva<strong>da</strong>s originárias <strong>da</strong> Ásia, sobretudo as bananeiras,<br />

permitiram uma penetração mais fácil <strong>da</strong> agricultura nas regiões de florestas<br />

tropicais <strong>da</strong> <strong>África</strong>.<br />

O sorgo é um bom exemplo desse intercâmbio entre a <strong>África</strong> e a Ásia 30 . Com<br />

efeito, existem na Ásia varie<strong>da</strong>des de sorgos cultivados de origem africana, além<br />

<strong>da</strong>s já menciona<strong>da</strong>s. É o caso do S. bicolor Moench que parece ser o resultado do<br />

cruzamento entre cultígenos do S. aethiopicum e a espécie selvagem S. su<strong>da</strong>nense.<br />

30 Ver PORTÈRES, R. 1962, op. cit.<br />

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