29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Quadro cronológico <strong>da</strong>s fases pluviais e glaciais <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

<strong>África</strong><br />

Como no caso dos oceanos, a repercussão dos fenômenos glaciais<br />

provavelmente atenuou -se na direção <strong>da</strong>s latitudes intertropicais. As diferenças<br />

entre as temperaturas de um estágio glacial e de um estágio interglacial, de 5<br />

a 10 o nas médias latitudes, podem ter sido de 2 a 3 o apenas entre os trópicos.<br />

Os efeitos <strong>da</strong> glaciação na distribuição e quanti<strong>da</strong>de de chuvas constituem o<br />

fenômeno mais facilmente observável na <strong>África</strong>.<br />

Poucas regiões <strong>da</strong> <strong>África</strong> possuem uma cronologia radiométrica bem<br />

estabeleci<strong>da</strong> para os últimos 130000 anos. No entanto, através de son<strong>da</strong>gens no<br />

lago Abbé, F. Gasse (1975) pôde distinguir três estágios lacustres no Pleistoceno<br />

superior, antes <strong>da</strong> aridificação de 20000 a 14000 B.P., a saber: o período que se<br />

estende de 30000 a 20000 B.P. (clima tropical temperado úmido), separado de<br />

uma outra extensão lacustre – ocorri<strong>da</strong> por volta de 40000 a 30000 B.P. – por<br />

uma considerável regressão ao redor de 30000 B.P. O estágio lacustre mais antigo<br />

<strong>da</strong>taria de 50000 a 60000 B.P. (ou talvez de 60000 a 80000?), correspondendo a<br />

um período mais frio acusado pelas diatomáceas.<br />

Uma outra indicação de variação climática de <strong>da</strong>tação incerta no Pleistoceno<br />

Superior foi obti<strong>da</strong> por meio de um estudo de polens no vale superior do Awash<br />

(Afar), onde R. Bonnefille (1973, 1974) distinguiu um clima niti<strong>da</strong>mente mais<br />

úmido que o presente, talvez mais frio, caracterizado por uma vegetação estépica<br />

de planalto.<br />

Bacia do Mediterrâneo<br />

Situa<strong>da</strong> entre as duas zonas geográficas acima estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, a bacia do<br />

Mediterrâneo constitui um importante domínio climático, cuja evolução parece<br />

complexa. As glaciações, em particular, não mais podem ser considera<strong>da</strong>s como<br />

causa única do estabelecimento de um clima úmido na região.<br />

Analisando os estudos palinológicos, micropaleontológicos e isotópicos<br />

realizados no Mediterrâneo oriental, na Grécia e em Israel (Emiliani, 1955;<br />

Vergnaud -Grazzini e Herman -Rosenberg, 1969; Wijmstra, 1969; Van der<br />

Hammen, 1971; Rossignol, 1969; Issard, 1968; Issard e Picard, 1969), Farrand<br />

(1971) chega à conclusão de que a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> temperatura durante a última glaciação<br />

pode ter sido de 4 o no ar, e de 5 a 10 o no mar. Na Grécia, a seca foi mais acentua<strong>da</strong><br />

durante o período glacial, ao passo que o inverso ocorreu nas costas de Israel.<br />

Por outro lado, o estudo de microrrestos de mamíferos (roedores) (Tchernov,<br />

1968, in Farrand, 1971) parece indicar uma evolução gradual de condições<br />

437

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!