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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

especial é o do Marrocos, que sempre conservou sua independência, e seus arquivos<br />

preservaram um rico material histórico 2 . Os documentos são principalmente de<br />

arquivos governamentais, administrativos e jurídicos; os materiais relativos ao<br />

comércio, à produção, à vi<strong>da</strong> social e cultural são menos numerosos, pelo menos os<br />

de antes do século XIX. Isto se deve, em parte, à falta de arquivos particulares que<br />

forneçam informações valiosas para a história econômica e social <strong>da</strong> Europa. Para<br />

alguns países e períodos esta lacuna pode ser preenchi<strong>da</strong>: por exemplo, o material<br />

sobre o Marrocos, encontrado em muitos países europeus, foi coligido e publicado<br />

no trabalho monumental de Henri de Castries 3 . A compilação de coleções similares,<br />

ou ao menos o arrolamento dos documentos relativos aos demais países <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

do Norte está entre as tarefas mais urgentes do futuro próximo.<br />

Examinando, agora, as fontes narrativas em árabe, pode -se constatar uma<br />

retração constante na quanti<strong>da</strong>de e na quali<strong>da</strong>de dos escritos históricos na <strong>África</strong><br />

do Norte, com exceção apenas do Marrocos, onde as escolas tradicionais de<br />

cronistas continuaram a produzir histórias detalha<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s duas dinastias xerifinas<br />

até a época atual. Pode -se citar como exemplo a Ma’sul de Mokhtar Soussi,<br />

em vinte volumes, e a Histoire de Tetouan, em vias de publicação 4 . Da corrente<br />

ininterrupta de historiadores podemos indicar apenas alguns nomes entre os mais<br />

destacados. A dinastia Sádi<strong>da</strong> encontrou um excelente historiador em al -Ufrani<br />

(morto em c. 1738) 5 , que cobriu os anos 1511 -1670; o período seguinte (1631-<br />

-1812) foi descrito detalha<strong>da</strong>mente pelo maior historiador marroquino desde a<br />

I<strong>da</strong>de Média, al -Zay (morto em 1833) 6 , enquanto al -Nasiri al -Slawi (morto em<br />

1897) escreveu uma história geral de seu país com ênfase especial no século XIX,<br />

combinando os métodos tradicional e moderno, usando, entre outros, documentos<br />

de arquivos. Ele é o autor também de uma obra geográfica bastante rica em<br />

informações sobre a vi<strong>da</strong> social e econômica 7 . A essas obras estritamente históricas<br />

devem ser acrescenta<strong>da</strong>s as narrativas de viajantes, em sua maioria peregrinos,<br />

que descreveram não apenas o Marrocos, mas também outros países árabes até<br />

a Arábia. As duas melhores narrativas desse tipo são as escritas por al -’Ayyashi<br />

de Sijilmasa (morto em 1679) e Ahmad el -Darci de Tamgruti nas proximi<strong>da</strong>des<br />

2 MEKNASI, A. 1953; AYACHE, G. 1961.<br />

3 Les Sources inédites de l’histoire du Maroc, 24 v., Paris, 1905 -1951.<br />

4 LÉVI -PROVENÇAL, E. 1922; MOKHTAR SOUSSI, Ma’sul, 20 v. publicados; DAOUD, Histoire de<br />

Tetouan.<br />

5 Ed. e trad. por O. HOUDAS, Paris, 1889.<br />

6 HOUDAS, Paris, 1886.<br />

7 Ed. no Cairo, em 1894, em 4 v. Muitas traduções parciais em francês e espanhol.<br />

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