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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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50 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

consultado por outros historiadores 11 . Certos antropólogos voltaram -se também<br />

para temas históricos; mas na <strong>África</strong>, antes de 1950, nenhuma universi<strong>da</strong>de<br />

propunha ain<strong>da</strong> um programa satisfatório de especialização em história africana<br />

em nível de graduação. Em 1950, não houve nenhum historiador profissional<br />

que se dedicasse exclusivamente a escrever a história africana e a ensiná -la. Vinte<br />

anos depois, cerca de quinhentos historiadores com doutorado ou qualificação<br />

equivalente elegeram a história <strong>da</strong> <strong>África</strong> como ativi<strong>da</strong>de principal.<br />

A rapidez com que essa evolução ocorreu é surpreendente. Retrospectivamente,<br />

ela pode ser muito bem explica<strong>da</strong>. Na <strong>África</strong>, na Europa, na América do Norte –<br />

e em ca<strong>da</strong> continente por diferentes razões – a conjuntura política, intelectual e<br />

universitária revelou -se particularmente favorável ao aparecimento de uma plêiade<br />

de historiadores profissionais cujo trabalho se orientava para a <strong>África</strong>. Nesse<br />

continente, a partir do fim dos anos 40, a necessi<strong>da</strong>de era maior à medi<strong>da</strong> que se<br />

podia prever um movimento ca<strong>da</strong> vez mais acelerado em direção à independência,<br />

ao menos para a maior parte <strong>da</strong> <strong>África</strong> do norte e do oeste. Depois de 1950, a<br />

fun<strong>da</strong>ção de novas universi<strong>da</strong>des criava a necessi<strong>da</strong>de de uma história renova<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>África</strong>, considera<strong>da</strong> de um ponto de vista africano – em princípio ao nível <strong>da</strong><br />

universi<strong>da</strong>de e, passando pelos estabelecimentos de formação pe<strong>da</strong>gógica, atingindo<br />

a escola em geral. Entre os pioneiros desse enorme esforço de reeducação, devemos<br />

citar K. Onwuka Dike, o primeiro de uma nova geração de historiadores africanos a<br />

ultrapassar as etapas de uma formação pe<strong>da</strong>gógica normal – feita na Universi<strong>da</strong>de<br />

de Londres. Historiadores estrangeiros aderem ao movimento: J. D. Fage, <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de de Gana (Costa do Ouro, na época); J. D. Hargreaves, de Forah Bay,<br />

em Serra Leoa; Christopher Wrigley e Cyril Ehrlich, no Makerere College.<br />

Na <strong>África</strong> de fala francesa delineou -se progressivamente um movimento<br />

paralelo. Nos antigos territórios franceses, as universi<strong>da</strong>des continuaram, muito<br />

tempo depois <strong>da</strong> Independência dos respectivos países, a depender do sistema<br />

francês. Em consequência, conservaram as tradições históricas francesas.<br />

To<strong>da</strong>via, alguns pioneiros se orientavam para uma história <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Neste<br />

sentido, notáveis contribuições foram ofereci<strong>da</strong>s por Amadou Mahtar M’Bow,<br />

no Senegal; por Joseph Ki -Zerbo, no Alto Volta; pelo padre Engelbert Mveng,<br />

em Camarões. Desde o início dos anos 50, os historiadores vindos do exterior<br />

e estabelecidos na <strong>África</strong> de língua francesa, que teriam um papel dominante<br />

nas universi<strong>da</strong>des, dedicaram -se à pesquisa. Desde então, Jan Vansina, que iria<br />

contribuir para o ensino <strong>da</strong> história africana na universi<strong>da</strong>de de Lovanium,<br />

11 JOHNSON, S. 1921; REINDORF, C. 1899; KAMARA, M. 1970.

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