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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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232 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

à trigésima dinastia ( -378 a -341). Diversos laboratórios procederam à <strong>da</strong>tação<br />

ao mesmo tempo, usando não só meias -vi<strong>da</strong>s correspondentes a 5568 anos, mas<br />

também o novo valor de 5730 ± 40 anos, que permite maior precisão. Os resultados<br />

obtidos por esses testes mostraram que a <strong>da</strong>tação opera<strong>da</strong> através <strong>da</strong> meia -vi<strong>da</strong><br />

de 5730 anos corresponde à cronologia histórica até o tempo do rei Senusret<br />

(ou Sesóstris), ou seja, aproxima<strong>da</strong>mente -1800, mas a <strong>da</strong>tação <strong>da</strong>s amostras<br />

anteriores suscitou numerosas controvérsias. Entretanto, a aplicação do método de<br />

correção de Stuvier -Suess às amostras anteriores a -1800 permite a obtenção de<br />

resultados correspondentes à cronologia arqueológica dentro de 50 a 100 anos, no<br />

máximo. 45 A título de exemplo: bambus retirados <strong>da</strong> mastaba (sepultura) de Qaa,<br />

primeira dinastia, em Saqqara, foram <strong>da</strong>tados no laboratório de pesquisas do British<br />

Museum. A <strong>da</strong>ta obti<strong>da</strong> com carbono 14, depois <strong>da</strong> correção, é de -2450 ±65,<br />

aproximando -se bastante de sua <strong>da</strong>ta histórica, ou seja, 2900 antes <strong>da</strong> Era Cristã. 46<br />

Imagina -se, atualmente, que as causas dos principais desvios sejam a<br />

diminuição do campo magnético <strong>da</strong> Terra 47 e as variações de intensi<strong>da</strong>de do<br />

vento solar, que tornam oblíquos os raios cósmicos. 48 Além disso, a meia -vi<strong>da</strong><br />

real do carbono radioativo ain<strong>da</strong> não está inteiramente estabeleci<strong>da</strong>. Algumas<br />

outras causas estão sendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e muitos laboratórios trabalham nesse<br />

sentido.<br />

Se houvesse resposta para to<strong>da</strong>s essas questões, seria possível <strong>da</strong>tar com<br />

maior precisão vestígios anteriores a 1800 antes <strong>da</strong> Era Cristã. Mas, até que isso<br />

aconteça, os cálculos convencionais de radiocarbono para vestígios orgânicos<br />

dessa época devem ser submetidos à correção indica<strong>da</strong> acima.<br />

Datação com potássio ‑argônio<br />

A limitação <strong>da</strong> <strong>da</strong>tação por carbono 14 em aproxima<strong>da</strong>mente -70000 anos cria<br />

uma grande lacuna na cronologia <strong>da</strong> evolução biológica e geológica, prolongando-<br />

-se dessa <strong>da</strong>ta até aproxima<strong>da</strong>mente -10 milhões de anos. Para um período tão,<br />

antigo, seria possível aplicar métodos geológicos radioativos baseados nos índices<br />

de transformação de substâncias, como, por exemplo, na transformação do urânio<br />

235 em chumbo 207, que tem meia -vi<strong>da</strong> de 710 milhões de anos, ou do rubídio<br />

45 BERGER, R. 1970, p. 23 -36; MICHAEL, H. N. e RALPH, E. K. 1970, p. 109 -20; RALPH, E. K.,<br />

MICHAEL, H. N. e HAN, M. G. 1973, p. 1 -20; STUVIER, M. e SUESS, H. E. 1966, p. 534 -40.<br />

46 EOWARDS, I. E. S. 1970, p. 11 -18.<br />

47 BUCHA, V. 1970, p. 47 -55.<br />

48 LEWIN, S. Z. 1968, p. 41 -50.

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