29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

52 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

<strong>da</strong>s letras, entre outras, Nicolas Guillen. To<strong>da</strong>via, tal como no Brasil, a simpatia<br />

manifesta<strong>da</strong> pela cultura afro -americana não suscitou interesse pela <strong>África</strong> nem por<br />

sua história. Nas Antilhas britânicas, a descolonização, inclusive a descolonização<br />

<strong>da</strong> história local, beneficiou -se de maior priori<strong>da</strong>de; no entanto, mesmo depois de<br />

1960, o pan -africanismo político não teve ressonância histórica entre os intelectuais<br />

<strong>da</strong>s Antilhas.<br />

O interesse era ain<strong>da</strong> menor nos Estados Unidos antes de 1960; o pouco que<br />

existia estava concentrado sobre a <strong>África</strong> do norte. De acordo com uma pesquisa<br />

recente, foram apresenta<strong>da</strong>s até 1960, inclusive, 74 teses de doutorado relativas<br />

à história africana. Trata -se de um número surpreendente, mas enganador.<br />

A maioria dessas teses refere -se à <strong>África</strong> do norte e é obra de historiadores<br />

especializados em história ou arqueologia clássicas, na história <strong>da</strong> <strong>África</strong> do norte<br />

e do Oriente Médio, ou ain<strong>da</strong> – o mais frequente na colonização ultramarina<br />

europeia. Só o acaso, ou quase, permitiu que os temas de tese se referissem à<br />

<strong>África</strong>. Dos que haviam escolhido como tema a história colonial, poucos se<br />

tornaram ver<strong>da</strong>deiros especialistas em <strong>África</strong>. Entre os pioneiros, encontra -se<br />

Harry R. Rudin, em Yale. Desde os anos 30, ele havia publicado ensaios sobre<br />

a história <strong>da</strong> colonização alemã na <strong>África</strong>; depois de 1950, seu interesse pela<br />

<strong>África</strong> não parou de crescer. Os afro -americanos formavam um grupo ain<strong>da</strong><br />

mais importante. W. E. B. Dubois interessara -se pela <strong>África</strong> desde o início<br />

de sua carreira, embora só tenha podido dedicar -se a esse estudo quando se<br />

aposentou e emigrou para Gana. Bem antes dele, em 1916, Carter G. Woodson<br />

havia fun<strong>da</strong>do The Journal of Negro History. Na ver<strong>da</strong>de a publicação era mais<br />

afro -americana do que africana, mas a história africana figurava oficialmente<br />

na sua óptica, e podiam -se encontrar nele, de tempos em tempos, artigos sobre<br />

o passado <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Entretanto, o ver<strong>da</strong>deiro apóstolo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

foi William Léo Hansberry, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Howard, que desenvolveu<br />

uma campanha solitária pela inclusão <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>África</strong> no programa de<br />

ensino <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des americanas e – estando ain<strong>da</strong> em vigor a segregação<br />

– especialmente dos colégios com grande maioria negra nos Estados do sul.<br />

Assim, em graus diversos, as condições que assegurariam a difusão <strong>da</strong> história<br />

africana fora <strong>da</strong> <strong>África</strong> existiam antes de 1960. Próxima a esta <strong>da</strong>ta, a conquista<br />

<strong>da</strong> independência na <strong>África</strong> do norte e na <strong>África</strong> tropical assegurou, no resto<br />

do mundo, um renovado interesse pelo continente, além de ter suscitado a<br />

curiosi<strong>da</strong>de popular – curiosi<strong>da</strong>de volta<strong>da</strong> mais para o passado que para o<br />

presente ou o futuro <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Entretanto, em vários lugares os progressos <strong>da</strong><br />

história africana eram decepcionantes. Apesar <strong>da</strong> importância política <strong>da</strong><strong>da</strong> à<br />

uni<strong>da</strong>de africana, era imperceptível o avanço <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des e dos estu<strong>da</strong>ntes

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!