29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

222 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Objetivos <strong>da</strong> análise arqueométrica<br />

Os principais objetivos <strong>da</strong> investigação científica e <strong>da</strong> análise em arqueometria<br />

são os seguintes:<br />

Identificação rigorosa dos objetos<br />

É essencial que a identificação dos vestígios arqueológicos seja efetua<strong>da</strong><br />

escrupulosamente, para que o arqueólogo possa descrevê -los com exatidão nas<br />

publicações especializa <strong>da</strong>s e nos guias de museus. A identificação precisa <strong>da</strong><br />

substância dos artefatos também é muito importante, pois é do conhecimento<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira natureza <strong>da</strong>s substâncias examina<strong>da</strong>s que depende o alcance<br />

<strong>da</strong>s observações correspondentes. Infelizmente, os erros de identificação são<br />

frequentes nas publicações arqueológicas mais antigas e já causaram muita<br />

confusão. O cobre é às vezes confundido com o bronze, embora a descoberta<br />

e o uso do bronze impliquem certa evolução cultural. O bronze, por sua vez,<br />

é confundido com o latão e isso pode acarretar uma falsa conclusão quanto<br />

à i<strong>da</strong>de do objeto, já que as primeiras produções de latão remontam mais ou<br />

menos à metade do primeiro século antes de nossa era, enquanto o bronze já<br />

era conhecido e utilizado uns vinte séculos antes. 21<br />

Como a maior parte dos erros de identificação provém de apreciações visuais<br />

incorretas, convém enfatizar que, para evitar qualquer risco de interpretação<br />

errônea, a identificação do material arqueológico deve basear -se na análise<br />

química ou por difração de raios X.<br />

Tradução de palavras antigas desconheci<strong>da</strong>s<br />

Às vezes, uma identificação correta permite traduzir palavras desconheci<strong>da</strong>s.<br />

Por exemplo, em Saqqara, Egito, foram descobertos dois recipientes de cerâmica na<br />

sepultura do rei Hor -Aha (Primeira Dinastia, aproxima<strong>da</strong>mente -3100). Em ca<strong>da</strong><br />

um deles figuravam hieróglifos correspondentes à palavra seret, cujo sentido era<br />

ignorado. A análise química revelou que os dois vasos continham queijo; concluiu-<br />

-se então que seret significava queijo. 22 Outro exemplo é a palavra bekhen, escrita<br />

em hieróglifos em algumas estátuas de pedra. Como a rocha em que as estátuas<br />

foram esculpi<strong>da</strong>s havia sido anteriormente identifica<strong>da</strong> como grauvaca (xisto) e<br />

21 CALEY, E. R. 1948, p. 1 -8.<br />

22 ZAKI, A. e ISKANDER, Z. 1942, p. 295 -313.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!