29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

354 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

chuvosa. No inverno, a zona de convergência forma -se no golfo <strong>da</strong> Guiné,<br />

abor<strong>da</strong>ndo o continente pela costa de Camarões e cortando a metade sul do<br />

continente, para atravessar o canal de Moçambique e o noroeste de Ma<strong>da</strong>gáscar.<br />

Ao norte do Equador, reinam os ventos continentais muito secos na <strong>África</strong><br />

ocidental. Ao sul do Equador, a convergência do alísio continental austral e <strong>da</strong>s<br />

massas de ar do alísio marítimo proveniente do norte do oceano Índico provoca<br />

precipitações.<br />

O mecanismo geral do clima pode ser modificado por fatores geográficos,<br />

tais como as correntes marinhas, o relevo e a orientação <strong>da</strong> costa. As correntes<br />

frias constantes <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> atlântica <strong>da</strong> <strong>África</strong> atuam simetricamente em ambos<br />

os lados do Equador. Ao norte, a corrente <strong>da</strong>s Canárias, movi<strong>da</strong> pelos ventos<br />

do anticiclone dos Açores, segue a costa desde Gibraltar até Dacar, trazendo<br />

baixas temperaturas e neblina. Perto dos 15 o de latitude, a corrente <strong>da</strong>s Canárias<br />

volta -se para oeste. Sua réplica no hemisfério sul é a corrente de Bengala, posta<br />

em movimento pelos ventos do anticiclone de Santa Helena e acompanha<strong>da</strong> de<br />

temperaturas baixas e densos nevoeiros ao longo <strong>da</strong>s costas do sudoeste africano,<br />

antes de seguir para oeste na altura do cabo Frio. Assim se explicam os desertos<br />

costeiros <strong>da</strong> Mauritânia e <strong>da</strong> Namíbia. Entre as duas correntes frias <strong>da</strong> facha<strong>da</strong><br />

atlântica insinua -se a contracorrente equatorial <strong>da</strong> Guiné, que desloca massas<br />

de água quente de oeste para leste, aumentando a umi<strong>da</strong>de e a instabili<strong>da</strong>de<br />

atmosféricas e, consequentemente, a possibili<strong>da</strong>de de chuva ao longo <strong>da</strong> costa,<br />

de Conakry a Libreville.<br />

A circulação <strong>da</strong>s correntes marinhas na facha<strong>da</strong> do oceano Índico manifesta-<br />

-se de forma diferente. As águas equatoriais, impeli<strong>da</strong>s em direção ao continente<br />

pelos ventos de sudeste provenientes do anticiclone centrado no leste de<br />

Ma<strong>da</strong>gáscar, formam a corrente quente de Moçambique, que se dirige para o<br />

sul e tem como prolongamento a corrente <strong>da</strong>s Agulhas. Traz umi<strong>da</strong>de para a<br />

costa sudeste <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Ao norte do Equador, as correntes marinhas se invertem<br />

com a mu<strong>da</strong>nça de direção dos ventos. Assim, no verão, uma corrente quente de<br />

direção nordeste passa ao longo <strong>da</strong> costa <strong>da</strong> Somália. No inverno, essa mesma<br />

costa é banha<strong>da</strong> por uma corrente fria proveniente <strong>da</strong> Arábia que se move em<br />

direção ao Equador.<br />

O relevo <strong>da</strong> <strong>África</strong>, não obstante sua relativa uniformi<strong>da</strong>de, exerce influência<br />

sobre o clima, uma vez que opõe as elevações litorâneas – ver<strong>da</strong>deiras telas a<br />

impedir o acesso <strong>da</strong>s massas de ar úmi<strong>da</strong>s – às bacias centrais, planaltos interiores<br />

e vales de abatimento tectônico, onde prevalecem graus variados de aridez.<br />

A disposição do litoral em relação à direção dos ventos portadores de chuva<br />

também constitui um fator de diferenciação climática. As áreas diretamente

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!