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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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570 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

e de seus recursos, certas características gerais parecem comuns ao Acheulense<br />

como um todo, indicando que o modo de vi<strong>da</strong> não variou quase na<strong>da</strong> de um<br />

extremo a outro no mundo dos bifaces. O panorama do comportamento dos<br />

hominídeos no Pleistoceno Médio mostra -nos grupos de caçadores -coletores,<br />

em geral com o mesmo estilo de vi<strong>da</strong> e que tendiam a se agrupar e a estabelecer<br />

comunicação entre si com certa eficiência. Viviam em grupos maiores que<br />

nas épocas anteriores e ocupavam determina<strong>da</strong>s áreas com mais regulari<strong>da</strong>de,<br />

seguindo um padrão sazonal estabelecido. A estrutura social deveria ser ain<strong>da</strong><br />

flexível, permitindo a livre circulação de indivíduos e ideias. No entanto,<br />

grandes áreas do continente, inclusive as florestas, permaneciam despovoa<strong>da</strong>s;<br />

a distribuição esparsa do conjunto <strong>da</strong> população implicava provavelmente o<br />

isolamento quase total de ca<strong>da</strong> um desses grupos em relação a seus vizinhos.<br />

O acheulense final ou “fauresmithiense”<br />

Sabe -se há muito tempo que certas indústrias exrstiram nos planaltos elevados<br />

do interior do continente. Elas se caracterizam pela presença de bifaces bem<br />

acabados e geralmente de tamanho menor, de uma grande série de utensílios<br />

feitos sobre lascas, de raspadores nucleiformes e de um número relativamente<br />

pequeno de machadinhas. É provável que sejam de uma época mais recente que<br />

o Acheulense visto acima; nesse caso, representam possivelmente um estágio<br />

final <strong>da</strong> tradição dos bifaces. Entretanto, a maioria delas consiste em coleções<br />

de superfície e que, por esse motivo, podem estar mistura<strong>da</strong>s com materiais mais<br />

recentes. A matéria -prima utiliza<strong>da</strong> era geralmente a lidianita (xisto endurecido),<br />

nas regiões onde essa rocha é abun<strong>da</strong>nte; em outras áreas o quartzito era mais<br />

usado.<br />

Apenas uma pequena quanti<strong>da</strong>de de séries dessas indústrias provém de<br />

escavações e pouquíssimas podem ser considera<strong>da</strong>s representativas. Uma<br />

delas origina -se de uma antiga depressão, perto de Rooi<strong>da</strong>m, a oeste de<br />

Kimberley. Ali a indústria estava conti<strong>da</strong> dentro de um depósito de cerca de<br />

5 m de sedimentos, cobertos por uma cama<strong>da</strong> espessa de calcário estépico;<br />

tais sedimentos representam a acumulação progressiva de coluvião provoca<strong>da</strong><br />

pelas enxurra<strong>da</strong>s. Às vezes de dimensões reduzi<strong>da</strong>s, os bifaces são em geral<br />

rudimentares; a maior parte dos utensílios consistem em pequenos raspadores<br />

e outros pequenos artefatos retocados, todos de lidianita. Nesse conjunto de<br />

utensílios, pode -se observar um método de preparação do núcleo conhecido<br />

como “técnica do núcleo discoide”, que permite obter várias lascas pequenas.<br />

A técnica levalloisiense, ao contrário, pela qual se obtém apenas uma grande

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