29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

90 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

obras dos historiadores e geógrafos clássicos, isto é, aqueles que escreviam em grego<br />

ou latim. Em geral, esses autores não são africanos, mas à medi<strong>da</strong> que a <strong>África</strong> se<br />

romaniza, surgem escritores autóctones, especialmente entre os padres <strong>da</strong> Igreja.<br />

a) No período que se estende de -200 a +100 e que corresponde ao<br />

apogeu e à que<strong>da</strong> de Cartago, à organização <strong>da</strong> província romana <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

sob a República e o principado, temos por fontes uma grande quanti<strong>da</strong>de de<br />

documentos conhecidos, escritos em latim e grego: Políbio ( -200 a -120), nossa<br />

fonte principal; Estrabão; Diodoro <strong>da</strong> Sicília; Salústio ( -87 a -35); Tito Lívio;<br />

Ápio; Plínio; Tácito; Plutarco (século +I) e Ptolomeu (século +II), sem contar<br />

os numerosos escritores menores 16 .<br />

Seria muito útil que se reunissem os escritos dispersos relativos à <strong>África</strong> do<br />

Norte. Até agora foram coligidos apenas os documentos referentes ao Marrocos 17 .<br />

Assim sendo, o pesquisador vê -se obrigado a examinar sistematicamente as<br />

grandes coleções clássicas, em que a erudição europeia do século XIX utilizou<br />

todos os seus recursos de crítica e de formidável labor: Bibliotheca Teubneriana,<br />

The Loeb Classical Library (texto e tradução inglesa), Collection G. Budé (texto<br />

e tradução francesa), Collection des Universités de France, Scriptorum classicorum<br />

Bibliotheca Oxoniensis. Seria conveniente acrescentar a essas fontes narrativas,<br />

outras mais diretas, constituí<strong>da</strong>s pelos textos do direito romano, embora sejam<br />

estes de origem epigráfica 18 .<br />

As obras escritas dos analistas, cronistas e geógrafos greco -latinos não têm<br />

valor uniforme em todo o subperíodo considerado. Alguns tendem a compilar<br />

as informações de seus predecessores, outros nos trazem informações originais<br />

preciosas e às vezes até mesmo um testemunho direto. Políbio, por exemplo,<br />

viveu na intimi<strong>da</strong>de dos Cipião e provavelmente assistiu ao sítio de Cartago em<br />

-146; o Bellum Jugurthinum, de Salústio, é um documento de primeira ordem<br />

sobre os reinos berberes; o Bellum Civile, de César, é a obra de um ator <strong>da</strong><br />

<strong>História</strong>.<br />

A figura e a obra de Políbio dominam esse período. Políbio é, como já foi dito 19 ,<br />

o filho <strong>da</strong> época e <strong>da</strong> cultura helenísticas. Nasceu em -200 aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

isto é, no momento em que ocorre o encontro de Roma, na explosão de seu<br />

imperialismo, com o mundo mediterrânico e, mais especificamente, com o<br />

16 Citemos: ARISTÓTELES (Política), CÉSAR (Bellum Civile e Bellum Ajricum), EUTRÓPIO,<br />

JUSTINO, ORÓSIO. Há mais de trinta fontes textuais apenas para a história de Aníbal.<br />

17 ROGET, M. Le Maroc chez les auteurs anciens. 1924.<br />

18 GIRARD, P. P. Textes de droit romain. 6. a ed., 1937.<br />

19 Cambridge Ancient History, v. VIII: Rome and the Mediterranean.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!