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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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648 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Para H. Hugot, o Ateriense não transpôs a barreira dos grandes lagos,<br />

repletos de diatomáceas até o sétimo milênio antes <strong>da</strong> Era Cristã. A prova<br />

desse Ateriense “<strong>Pré</strong> -Neolítico” não se mostrou tão sedutora quanto a hipótese.<br />

Entretanto, não se conhece a indústria intermediária, e o principal obstáculo,<br />

de ordem antropológica, está em processo de desintegração: to<strong>da</strong>s as recentes<br />

descobertas feitas no Marrocos reforçam a hipótese de que o homem ateriense<br />

não é mais um neandertalense como os musterienses do Djebel Irhoud, mas já<br />

um Homo sapiens.<br />

Paleolítico Superior e Epipaleolítico<br />

Quaisquer que possam ter sido os prolongamentos aterienses no Saara, no<br />

Magreb as coisas se passaram de outro modo. É inútil voltar aqui à história<br />

<strong>da</strong> refutação <strong>da</strong>s hipóteses de R. Vaufrey, encara<strong>da</strong>s como autori<strong>da</strong>de durante<br />

decênios. Mais vantajoso é, sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma, localizar os conhecimentos<br />

atuais. Estes conhecimentos organizam -se em torno de quatro ideias básicas:<br />

• O Iberomaurusiense, que separei do Capsiense por razões antropológicas e<br />

paleoetnológicas, é muito mais antigo do que se imaginava. É contemporâneo<br />

do Mag<strong>da</strong>leniense francês, e é, portanto, uma civilização do Paleolítico<br />

Superior.<br />

• A controvérsia sobre o “Horizonte Collignon”, que opôs R. Vaufrey ao Dr.<br />

Gobert e a mim mesmo, está termina<strong>da</strong>: esta indústria de lamelas, mais<br />

próxima do Iberomaurusiense do que do Capsiense, é anterior a esta última.<br />

• A distinção estabeleci<strong>da</strong> por R. Vaufrey, de um Capsiense “típico” substituído<br />

por um Capsiense “superior” ou “evoluído”, dá lugar a uma proliferação <strong>da</strong>s<br />

indústrias capsienses, apoia<strong>da</strong> sobre um número bastante grande de <strong>da</strong>tas<br />

radiométricas, nem to<strong>da</strong>s prontamente aceitas.<br />

• O “Neolítico de tradição capsiense” criado por R. Vaufrey em bases muito<br />

estreitas, mas estendido por ele mesmo a uma grande parte <strong>da</strong> <strong>África</strong>, deve ser<br />

restrito às suas dimensões originais e ceder as grandes áreas indevi<strong>da</strong>mente<br />

conquista<strong>da</strong>s a outras fácies <strong>da</strong> neolitização africana.<br />

O lberomaurusiense<br />

A antiga definição de Pallary (1909), ain<strong>da</strong> cita<strong>da</strong>, não é mais aceitável. Ele<br />

enfatizou insistentemente a profusão de uma técnica, a <strong>da</strong> bor<strong>da</strong> de preensão<br />

retoca<strong>da</strong> <strong>da</strong>s lamelas, que marcou quase todo o instrumental lítico. Será preciso

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