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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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428 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

superfície do oceano Atlântico para a época do máximo glacial (18000 B.P.) (Fig.<br />

3). Comparados com mapas de situações atuais (que são as de um interglacial),<br />

estes mapas mostram uma média geral <strong>da</strong>s diferenças de temperatura de apenas<br />

2,5° entre o máximo glacial e o interglacial presente. Contudo, a distribuição<br />

<strong>da</strong>s diferenças de temperatura mostra um máximo nas latitudes médias (de 6<br />

a 10° de diferença) e diferenças muito menores (inferiores a 3°) nas latitudes<br />

intertropicais (Figs. 4 e 5). Assim, por exemplo, no ponto 50° N 30° W, a<br />

temperatura de superfície no inverno foi de 7,3 a 12,7° mais baixa em 18000 (ou<br />

17000) B.P. que atualmente. No verão, a diferença caiu de 1,2 a 6,6° (CLIMAP,<br />

1974).<br />

Em ambos os hemisférios, a migração <strong>da</strong>s águas polares foi o fator dominante<br />

nesta fase glacial. No Atlântico norte, as águas polares desceram até 42° N (a<br />

partir de uma posição próxima à atual; em torno de 60° N), causando um rápido<br />

gradiente <strong>da</strong>s temperaturas ao sul do paralelo 42° N, que foi, portanto, o eixo<br />

provável dos ventos oeste (westerlies) na época glacial. Ao sul deste limite, o padrão<br />

permanece muito semelhante ao atual, mas observa -se que as isotermas, paralelas<br />

às costas <strong>da</strong> <strong>África</strong>, revelam a existência de . águas relativamente frias, em especial<br />

no inverno, devido a um considerável upwelling (Gardner, Hays, 1975).<br />

As frentes polares e o eixo dos ventos oeste deslocaram -se mais de 2000 km<br />

em direção ao equador no Atlântico norte, e somente 600 km no Atlântico sul.<br />

No oceano Pacífico, as frentes polares parecem ter -se deslocado muito pouco nos<br />

períodos glaciais. Isto explicaria a diminuição <strong>da</strong> penetração <strong>da</strong> monção no Saara<br />

(cf. Maley, 1973, p. 7 -8) e a aridez <strong>da</strong> zona do Sahel no fim do período glacial.<br />

<strong>África</strong><br />

Nas regiões do Saara meridional e do Sahel, a evolução geral do clima<br />

nos últimos 25000 anos mostra uma tendência muito semelhante <strong>da</strong>s costas<br />

do Atlântico ao mar Vermelho. Este período de tempo compreende o fim de<br />

uma fase úmi<strong>da</strong> do Pleistoceno superior (que durou de 30000 a 20000 B.P.<br />

aproxima<strong>da</strong>mente) e o começo de uma fase ári<strong>da</strong>, que findou ao redor de<br />

12000 B.P.<br />

O estudo de depósitos lacustres na bacia do Chade mostrou que a relação<br />

entre precipitação e evaporação (P/E) foi suficiente para que existissem extensos<br />

lagos de 40000 até 20000 B.P. aproxima<strong>da</strong>mente (M. Servant, 1973). Durante<br />

os oito milênios seguintes, a zona ári<strong>da</strong> estendeu -se, ultrapassando seus limites<br />

atuais em mais de 400 km em direção ao sul.

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