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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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444 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

• Ha<strong>da</strong>r, Afar central (Etiópia): finalmente, as formações de Ha<strong>da</strong>r (Afar<br />

central), que encerram hominídeos e grande quanti<strong>da</strong>de de fósseis, e que<br />

foram estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela Expedição Internacional de Pesquisa de Afar (IARE),<br />

teriam aproxima<strong>da</strong>mente 3 M.A., segundo Johanson e Taieb e outros (1974,<br />

1975).<br />

Em poucos anos, o trabalho ativamente empreendido nestas regiões <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> oriental possibilitará o estabelecimento de um novo modelo de evolução<br />

climática, baseado na sedimentologia e na ecologia vegetal e animal e tendo em<br />

conta a intervenção de fatores tectônicos e vulcânicos.<br />

Outras regiões <strong>da</strong> <strong>África</strong>, tais como o Saura (Alimen et al., 1959; Alimen,<br />

1975), o vale do Nilo (Wendorf, 1968; Butzer e Hansen, 1968; de Heinzelin,<br />

1968; Giegengak, 1968; Said, no prelo), o Chade (Coppens, 1965; Servant, 1973)<br />

e a <strong>África</strong> do norte, foram objeto de intensos estudos. As variações climáticas<br />

propostas baseiam -se na sucessão de depósitos e escavações fluviais ou nas<br />

sucessões de faunas de mamíferos. Devido à falta de uma <strong>da</strong>tação radiométrica<br />

ou magnetoestratigráfica, ain<strong>da</strong> não é possível correlacionar estas variações com<br />

as flutuações glaciais europeias.<br />

Conclusão<br />

O Cenozoico superior caracteriza -se, nos últimos 5 milhões de anos, pela<br />

acentuação dos gradientes térmicos do globo, liga<strong>da</strong> a grandes mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas no decorrer do tempo. Esta acentuação provocou, nas altas latitudes,<br />

consideráveis variações de temperatura, responsáveis pelos períodos glaciais<br />

e interglaciais. Nas latitudes intertropicais, as flutuações térmicas foram<br />

relativamente atenua<strong>da</strong>s, mas as circulações atmosféricas, perturba<strong>da</strong>s pelo<br />

fortalecimento ou enfraquecimento <strong>da</strong>s frentes polares, provocaram variações<br />

consideráveis na distribuição e quanti<strong>da</strong>de de chuvas, que contribuíram para<br />

mu<strong>da</strong>r profun<strong>da</strong>mente o ambiente <strong>da</strong>s diferentes zonas climáticas. Modificando<br />

periodicamente o meio geográfico e vegetal, cenário em que vive a fauna e se<br />

desenvolvem os horninídeos, estas variações climáticas estabelecem o ritmo<br />

<strong>da</strong> história <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> <strong>África</strong> de forma mais discreta que as glaciações na<br />

Europa.<br />

O que se deve reter dessa breve análise do estado atual dos conhecimentos<br />

sobre a cronologia e as mu<strong>da</strong>nças climáticas na <strong>África</strong> é a necessi<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r<br />

prosseguimento aos trabalhos de observação e mediação antes de cristalizar<br />

as informações dispares de que dispomos na rígi<strong>da</strong> estrutura de uma teoria.

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