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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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A <strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Oriental<br />

erro se considerássemos essas comuni<strong>da</strong>des como réplicas exatas <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra, ou como simples remanescentes dessa época.<br />

É bem ver<strong>da</strong>de que o modo de vi<strong>da</strong> de certos grupos modernos de caçadores-<br />

-coletores, principalmente dos San do sul <strong>da</strong> <strong>África</strong>, ain<strong>da</strong> reflete as condições<br />

<strong>da</strong>s populações <strong>da</strong> Late Stone Age e pode, portanto, esclarecer alguns problemas<br />

<strong>da</strong>quele período. No contexto <strong>da</strong> Late Stone Age, por exemplo, é comum<br />

descobrirem -se pedras nas quais foi praticado um orifício circular. Atualmente,<br />

os San por vezes utilizam pedras perfura<strong>da</strong>s como lastro para bastões de<br />

madeira apontados que servem para desenterrar raízes comestíveis; existem<br />

pinturas rupestres na <strong>África</strong> do Sul que aparentemente representam essa prática.<br />

Entretanto, correlações específicas como essa são raras. A socie<strong>da</strong>de San sofreu<br />

algumas modificações por diversos motivos, inclusive pelo contato próximo<br />

ou remoto com povos que utilizavam o ferro e viviam em uma economia<br />

de produção de alimentos. Poucos San continuam a trabalhar a pedra com<br />

regulari<strong>da</strong>de, pois é possível obter o ferro através de troca ou em sucatas, fato<br />

que leva a inevitáveis mu<strong>da</strong>nças nos níveis tecnológico e cultural. Outros<br />

grupos sobreviventes de caçadores -coletores misturaram -se mais intimamente<br />

a populações produtoras de alimentos; outros, ain<strong>da</strong>, não são ver<strong>da</strong>deiramente<br />

aborígines; tendo retornado, nos últimos tempos, a esse modo de vi<strong>da</strong>, subsistem<br />

graças à troca de produtos <strong>da</strong> floresta com seus vizinhos agricultores e pastores.<br />

Essa dependência recíproca é característica de muitos grupos, conhecidos sob<br />

a denominação de Dorobo, que ain<strong>da</strong> habitam as terras altas do Quênia e <strong>da</strong><br />

Tanzânia. Esses exemplos mostram os riscos de se estabelecer paralelos entre<br />

as populações atuais de caçadores -coletores e as <strong>da</strong> pré -história recente, riscos<br />

que se multiplicam quando estu<strong>da</strong>mos épocas ain<strong>da</strong> mais remotas. Apesar disso,<br />

podemos obter informações valiosas sobre os recursos alimentares do território<br />

e a organização necessária à sua exploração.<br />

Outra inestimável fonte de informações é o estudo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong>s<br />

socie<strong>da</strong>des de primatas, particularmente dos atuais parentes mais próximos<br />

do homem, o chimpanzé e o gorila, assim como dos babuínos. Estes últimos<br />

não são biologicamente tão próximos do homem, mas, do ponto de vista do<br />

comportamento, são de especial interesse para o estudo <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de humana.<br />

Mais que os outros primatas, os babuínos vivem a maior parte do tempo<br />

em grupos, no solo, sendo relativamente fácil observá -los, Como já foi dito<br />

anteriormente, o homem não descende desses macacos, e não estamos sugerindo<br />

aqui que quaisquer comuni<strong>da</strong>des pré -históricas, nem mesmo as mais antigas,<br />

estivessem significativamente mais próximas deles do que o homem moderno.<br />

To<strong>da</strong>via, ao estu<strong>da</strong>r o comportamento básico dos primatas e os hábitos que<br />

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