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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>História</strong> e linguística<br />

semântico passível de ser mais ou menos apreendido. Em sua forma moderna,<br />

por exemplo, o wolof mostra um emudecimento <strong>da</strong> vogal final depois de uma<br />

consoante dupla: Bopp ou fatt em vez de Boppa ou fatta, como ain<strong>da</strong> dizem os<br />

gambianos e os Lebu. A forma neds do egípcio antigo transforrriou -se em neddo<br />

em fulfulde moderno e nit em wolof. O bantu diz mutumuntu; o haussa, mutu;<br />

o mandinga, mixi ou moxo; o fon, gbeto; o mina, agbeto, etc. A palavra egípcia<br />

kemit já significou “queimado” ou “preto”. Hoje significa cinzas, queimaduras, etc.<br />

A reconstrução de uma língua<br />

A reconstrução histórica de uma língua<br />

Como técnica de redescoberta do vocabulário e do patrimônio estrutural<br />

comum, a reconstrução histórica de uma língua leva em conta as mu<strong>da</strong>nças<br />

descritas acima. Como procedimento, permite retraçar a história de uma língua<br />

ou de uma família linguística, aju<strong>da</strong>ndo a estabelecer a protolinguagem original e<br />

a <strong>da</strong>tar os períodos de separação dos diversos ramos. Nesse sentido, a reconstrução<br />

constitui uma aju<strong>da</strong> valiosa para a ciência classificatória propriamente dita.<br />

Vários critérios e técnicas são utilizados para reconstruir uma língua e<br />

reinventar seus <strong>da</strong>dos originais. A correspondência de sons desempenha papel<br />

primordial na reconstrução de uma protolinguagem ou no estabelecimento de<br />

um parentesco. Quando se diz, por exemplo, que o p se torna f numa variante<br />

e que noutra o u se transforma em o, é possível, fazendo Fa = Pa, Lu = Lo,<br />

reconstruir o sistema fonético e as formas originais.<br />

Reconstrução fonológica<br />

Esta técnica é uma etapa para a reconstrução do repertório léxico e<br />

do vocabulário original. Os fonemas não são os únicos elementos a mu<strong>da</strong>r:<br />

a morfologia e as estruturas também evoluem. A função sujeito em latim é<br />

marca<strong>da</strong> por um fonema chamado nominativo; nas línguas de origem latina ou<br />

de influência latina, essa função é determina<strong>da</strong> principalmente pela sintaxe de<br />

posição: Homo vidit = vidit homo = o homem viu.<br />

No estabelecimento <strong>da</strong>s protolínguas (protobantu, protochádico, etc.),<br />

sempre se faz referência ao vocabulário, ao repertório lexical comum. Podem -se<br />

assim estabelecer “porcentagens” de palavras comuns, elaborando quadros de<br />

“contagem lexical” ou lexical count. A classificação de J. H. Greenberg 1 recorre<br />

1 GREENBERG, J. H. 1963.<br />

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