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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

outro, em documentos narrativos representados por livros e artigos escritos<br />

por brancos – viajantes, comerciantes, oficiais, missionários e colonizadores,<br />

todos eles observadores diretos <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des africanas. Durante muito tempo,<br />

entretanto, seu horizonte geográfico permaneceu bastante restrito, e foi só na<br />

segun<strong>da</strong> metade do século XVIII que começaram a penetrar realmente o interior<br />

<strong>da</strong>s terras. Assim, é natural que as primeiras narrativas tratem dos Khoi do<br />

Cabo (hoje desaparecidos). A primeira descrição detalha<strong>da</strong> desse povo, depois<br />

de alguns registros do século XVII 38 , é a de Peter Kolb (1705 -1712) 39 . Durante<br />

o período holandês, muitos europeus visitaram a colônia do Cabo, mas muito<br />

raramente chegaram a demonstrar mais que um ligeiro interesse pelos africanos<br />

ou a aventurar -se para o interior. Um grande número de seus relatórios foi<br />

reunido por Godee -Molsbergen e L’Honoré -Naber, e muitos relatos menos<br />

conhecidos têm sido regularmente publicados, desde a déca<strong>da</strong> de 1920, pela<br />

Socie<strong>da</strong>de Van Riebeeck <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de do Cabo 40 . Um retrato mais detalhado<br />

<strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des africanas pode ser obtido nos arquivos de missionários 41 ou nos<br />

registros de alguns observadores experientes do fim do século XVIII e início do<br />

XIX, como Sparrman, Levaillant, Alberti, John Barrow e Lichtenstein 42 . Um<br />

lugar de honra pertence a John Philips, cuja vi<strong>da</strong> e trabalho foram dedicados à<br />

defesa dos direitos africanos, sendo, por isso, sua obra, reveladora de aspectos<br />

raramente encontrados em relatos mais conformistas 43 .<br />

Com a expansão comercial, missionária e colonial no século XIX, material<br />

mais rico e em maior quanti<strong>da</strong>de sobre os grupos étnicos africanos mais afastados<br />

tornou -se acessível. Embora a Namíbia fosse esporadicamente visita<strong>da</strong> no fim<br />

do século XVIII 44 , é somente a partir de 1830 que começam as descrições mais<br />

detalha<strong>da</strong>s <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> dos San, Nama e Herero, quando então os missionários<br />

iniciaram suas ativi<strong>da</strong>des 45 e a região tornou -se alvo de pesquisadores, como J.<br />

Alexander, F. Galton, J. Tin<strong>da</strong>ll e outros 46 .<br />

38 SHAPERS, 1668; TEN RHYNE, W. 1686 e GREVEBROEK, G. 1695, Ci<strong>da</strong>de do Cabo, 1933.<br />

39 KOLB, P. 1719.<br />

40 GODEE -MOLSBERGEN, E. C. 1916 -1932; L’HONORÉ -NABER, S. L. 1931.<br />

41 Cf., por exemplo, MÜLLER, D. K. 1923.<br />

42 SPARRMAN, A. 1785; LEVAILLANT, F. 1790; ALBERTI, L. 1811; BARROW, J. 1801 -1806;<br />

LICHTENSTEIN, H. 1811.<br />

43 PHILIPS, J. 1828.<br />

44 WAITS, A. D. 1926.<br />

45 A obra clássica de H. VEDDER, South West Africa in Early Times, Oxford, 1938, foi compila<strong>da</strong><br />

principalmente de relatórios de missionários alemães.<br />

46 ALEXANDER, Sir James, 1836, 1967; GALTON, G. 1853; Journal of Joseph Tin<strong>da</strong>ll 1839 ‑1855, Ci<strong>da</strong>de<br />

do Cabo, 1959.<br />

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