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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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100 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

dinastia” 52 . De época mais antiga encontramos no Egito enciclopédias histórico-<br />

-jurídicas que reúnem inúmeros documentos oficiais: a descrição detalha<strong>da</strong> que<br />

nos oferecem <strong>da</strong>s estruturas fiscais e institucionais do Egito provém, em geral,<br />

de uma consulta prévia a documentos públicos. Nesse gênero meio arquivístico,<br />

meio de crônica, podemos classificar os Qawanin al ‑Dawawin de Mammati<br />

(época aiúbi<strong>da</strong>), “o Minhadj de Makhzum”, Subh -al -sha al -Kalkashandi (século<br />

XIV), e as inúmeras obras de al -Makrizi, dentre as quais, os valiosos Khitat<br />

(século XV) 53 . Al -Makrizi é uma fonte preciosa não só para to<strong>da</strong> a história do<br />

Egito islâmico, mas também para a história <strong>da</strong> Núbia, do Sudão e <strong>da</strong> Etiópia 54 .<br />

Fontes narrativas<br />

a) Crônicas: após um século de silêncio o século XII, no decorrer do qual<br />

encontramos quase apenas o anônimo al ‑Istibsar e obras menores –, os séculos<br />

XIII e XIV nos oferecem uma safra de crônicas, ricas em todo ponto de vista,<br />

desde o Kamil, de Ibn al -Athir, até o Kitab al ‑Ibar, de Ibn Khalduri, passando por<br />

Ibn al -Idhari, al -Nuwairi, Ibn Abi Zar’, al -Dhahabi. Testemunhas de seu tempo,<br />

esses homens realizaram também um esforço de síntese dos acontecimentos dos<br />

séculos anteriores. Nuwairi é tão importante para os Mamelucos como para a<br />

conquista do Magreb 55 ; Ibn Idhari, tanto para a história almoa<strong>da</strong> como para<br />

todo o passado <strong>da</strong> Ifrikya; e o conhecimento de Ibn Khaldun, enfim, sobre o<br />

mundo berbere o faz autori<strong>da</strong>de suprema em matéria de história <strong>da</strong> <strong>África</strong>.<br />

b) Geografia: os tratados de geografia aparecem em abundância nesses quatro<br />

séculos. Seu valor varia conforme o autor e conforme a região descrita. Dois<br />

geógrafos destacam -se <strong>da</strong> maioria pela amplitude e quali<strong>da</strong>de de sua observação:<br />

al -Bakri (1068), no século XI, e al’Umari (morto em 1342) no século XIV.<br />

Enquanto obra tão notória como a de Idrisi é discutível e discuti<strong>da</strong>, podemos<br />

obter informações originais em obras geográficas menos conheci<strong>da</strong>s: a de Ibn<br />

52 LAROUI, A. 1970, p. 162.<br />

53 RABIE, H. 1972, p. 10 -20.<br />

54 Seu Kitab al ‑Ilman nos dá uma relação dos reinos muçulmanos <strong>da</strong> Etiópia, empresta<strong>da</strong>, é ver<strong>da</strong>de, de<br />

UMARI. Um trecho foi publicado em Leyde em 1790 sob o título de Historia regum islamicorum in<br />

Abyssinia.<br />

55 Mas esse fragmento conserva -se, ain<strong>da</strong>, em manuscrito na Biblioteca Nacional do Cairo. Assinalemos<br />

que IBN SHADDAD, autor de uma história, agora perdi<strong>da</strong>, de Kairuan, é considerado uma <strong>da</strong>s fontes<br />

principais de IBN AL -ATHIR e de NUWAIRI. Recentemente, foi edita<strong>da</strong> obra anônima, o Kitab<br />

al ‑Uyun, em Damasco, por M. Saidi, com informações interessantes sobre o Magreb.

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