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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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380 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Os gafanhotos fazem parte <strong>da</strong>s pragas tradicionais <strong>da</strong> <strong>África</strong>. São insetos<br />

grandes, que normalmente vivem solitários ou em pequenos grupos. São<br />

encontrados nas zonas de transição <strong>da</strong>s vegetações, às margens do deserto ou <strong>da</strong><br />

savana herbosa e <strong>da</strong> floresta. Ao sul do Saara encontram -se três tipos principais: o<br />

gafanhoto vermelho, o gafanhoto migrador africano e o gafanhoto do deserto. Os<br />

três requerem dois tipos diferentes de habitat: solo desértico para depositar os ovos<br />

e paisagem verde para alimentar -se. Quando, por motivos diversos, seu terreno de<br />

alimentação se restringe demasia<strong>da</strong>mente, esses insetos se agrupam em enormes<br />

enxames e invadem zonas próximas ou distantes. Exemplos de tais invasões<br />

em passado muito remoto não são facilmente identificáveis, embora o Antigo<br />

Testamento faça referência ao gafanhoto como uma <strong>da</strong>s pragas que afligiram<br />

o Egito ao tempo de Moisés. A partir do século XIX, os registros de invasões<br />

tornam -se mais abun<strong>da</strong>ntes. Sabe -se que a <strong>África</strong> central sofreu sucessivos ataques<br />

de gafanhotos entre 1847 e 1854, 1892 e 1910 e, mais recentemente, entre 1930<br />

e 1944. Para as populações agrícolas sedentárias, as depre<strong>da</strong>ções causa<strong>da</strong>s pelas<br />

nuvens de gafanhotos, sobretudo quando ocorrem logo antes <strong>da</strong> colheita, podem<br />

significar uma passagem brutal <strong>da</strong> abundância à fome. Quando, no passado,<br />

condições climáticas adversas, como a seca, por exemplo, coincidiam com essas<br />

invasões, sobrevinham grandes transtornos políticos e sociais.<br />

As reservas de água e a mobili<strong>da</strong>de humana<br />

Não se deve subestimar a importância <strong>da</strong>s reservas de água na evolução<br />

<strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Se há áreas do continente com os mais altos índices<br />

pluviométricos do mundo, outras há que apresentam os índices mais baixos. As<br />

imensidões do Saara e do Calaari são o testemunho irrefutável <strong>da</strong> implacável<br />

aridez de grandes porções <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Mas, além dos desertos, a vasta zona <strong>da</strong>s<br />

savanas recebe precipitações apenas satisfatórias, o que torna a vi<strong>da</strong> humana,<br />

nessas regiões, em grande parte, dependente <strong>da</strong>s caprichosas flutuações dos<br />

ventos portadores de chuva. O fato não seria tão alarmante se fosse possível<br />

recorrer a outras fontes de água, como rios, lagos e lençóis freáticos.<br />

Em extensas áreas do continente, to<strong>da</strong>via, e em especial nas regiões<br />

relativamente quentes <strong>da</strong>s terras baixas, os vales fluviais estão infestados de insetos<br />

nocivos, tornando -se impróprios ao estabelecimento do homem. Além do mais, o<br />

regime dos rios acompanha de perto o <strong>da</strong>s chuvas, sendo de pouca aju<strong>da</strong> durante<br />

os períodos de precipitações insuficientes ou de prolonga<strong>da</strong> estiagem, quando<br />

secam até mesmo os leitos dos rios. Excetuando -se o vale do Nilo, a tecnologia

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