29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

722 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

• o Sebiliense, encontrado anteriormente em Kom Ombo no Egito, aparece<br />

agora no Sudão, em Uadi Halfa, no estágio I. Suas lascas com truncamentos<br />

retocados provêm de núcleos discoides ou levalloisienses cerca de -13.000<br />

a -9000).<br />

Na Núbia egípcia são conheci<strong>da</strong>s duas indústrias:<br />

• o Amadiense, descoberto por nós em Ama<strong>da</strong> (expedições do Instituto<br />

Alemão, 1963), apresenta um instrumental variado predominantemente<br />

levalloisiense, associado a raspadores -limpadores, furadores, peças feitas pela<br />

técnica de Kharga (veja mais adiante) e exemplos ocasionais de retoques<br />

foliáceos que lembram a indústria ateriense;<br />

• o Sebiliense, identificado por nós em Sebua (expedição do IFAO, 1964)<br />

em várias locali<strong>da</strong>des, também pertence ao estágio I, misturado com lascas<br />

simples ou levalloisienses, alguns raspadores e muitos buris. Provavelmente,<br />

ele existe também em Khor Daoud.<br />

Foram identifica<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> as seguintes indústrias pertencentes a esse período:<br />

• Gizeense, encontra<strong>da</strong> perto do Cairo desde 1938. Compreende a técnica<br />

Levallois; as formas quase geométricas de suas lascas parecem ter<br />

semelhanças com o Khormusiense.<br />

• Hawariense (antes conhecido como Epilevalloisiense) 9 , indústria microlítica<br />

que se estende pelo menos de Esna, no Alto Egito, até o ápice do Delta e<br />

áreas vizinhas (Uadi Tumilat). Com técnica de retalhamento levalloisiense,<br />

como o Sebiliense (mas não possuindo formas geométricas), compreende<br />

estágios e fácies diversos, ain<strong>da</strong> em estudo. É caracterizado também pelo<br />

número de núcleos bipolares provavelmente derivados do chamado núcleo<br />

“Jebel -Suhan”, já mencionado na Middle Stone Age. Alguns núcleos,<br />

talvez mais recentes, que produziram simultaneamente lascas e lamelas de<br />

extremi<strong>da</strong>des faceta<strong>da</strong>s, constituem a transição para as lamelas de talão liso,<br />

predominantes na Late Stone Age e no Epipaleolítico. O Hawariense de<br />

Esna e de Tebas sofreu influência ateriense, pois ocasionalmente aparecem<br />

retoques foliáceos e peças híbri<strong>da</strong>s. Por outro lado, lascas microlíticas<br />

peduncula<strong>da</strong>s, tipologicamente aterienses, são encontra<strong>da</strong>s no Hawariense,<br />

9 No início, o Sebiliense pareceu caracterizar todo esse período, em todos os lugares, mas as pesquisas mostraram<br />

que ele caracterizou apenas a área de Kom Ombo. Depois disso, foi descoberto um tipo contemporâneo<br />

porém diferente, ao qual o termo epilevalloisiense foi aplicado. Após discussões entre especialistas, o autor,<br />

rejeitando a ideia de designar uma cultura unicamente por suas técnicas, preferiu designá -la pelo nome do<br />

lugar onde ela havia sido descoberta. Assim, o Epilevalloisiense passou a ser o Hawariense.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!