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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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498 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

classificar as espécies animais vivas; um excelente sistema de classificação foi<br />

criado pelo grande naturalista Lineu. O problema dos paleontólogos está em<br />

considerar a evolução, no tempo, de uma determina<strong>da</strong> espécie que pode ter<br />

sofrido transformações bastante rápi<strong>da</strong>s. A expressão “espécie morfológica” será<br />

utiliza<strong>da</strong>, aqui, na descrição de fósseis que apresentam características físicas<br />

semelhantes. Cabe ressaltar que grande parte <strong>da</strong> controvérsia relaciona<strong>da</strong> ao<br />

estudo <strong>da</strong> origem do homem se deve à divergência de opiniões quanto ao uso<br />

<strong>da</strong> terminologia.<br />

Pelo menos dois gêneros e várias espécies de hominídeos foram identificados<br />

entre os fósseis dos últimos 3 milhões de anos. Essas formas são básicas para<br />

compreendermos a origem de nossa espécie. Até recentemente, pensava -se<br />

que a evolução se processara em ritmo uniforme; hoje, porém, acredita -se que<br />

populações locais de uma determina<strong>da</strong> espécie podem ter reagido diferentemente<br />

às pressões <strong>da</strong> seleção. Formas “primitivas” podem ser contemporâneas de formas<br />

avança<strong>da</strong>s ou “progressivas”. A identificação de caracteres “primitivos” numa<br />

espécie registra<strong>da</strong> em um longo período de tempo é menos difícil que numa<br />

amostra limita<strong>da</strong>, pois permite identificar tendências e a<strong>da</strong>ptações que aju<strong>da</strong>m<br />

a explicar o processo de sobrevivência por modificações progressivas.<br />

Os restos humanos fósseis <strong>da</strong> <strong>África</strong>, por suas características, podem ser<br />

unidos em dois grupos principais. Propomos considerá -los como linhagens<br />

evolutivas, uma <strong>da</strong>s quais, representa<strong>da</strong> pelo gênero Homo, pode ser segui<strong>da</strong> até<br />

hoje, sendo que a outra, representa<strong>da</strong> pelo gênero Australopithecus, aparentemente<br />

extinguiu -se há cerca de 1 milhão de anos.<br />

É possível, também, considerar as formas primitivas descobertas em depósitos<br />

onde não existem formas mais avança<strong>da</strong>s, as quais, to<strong>da</strong>via, são encontra<strong>da</strong>s em<br />

estratos mais antigos. Tal fato poderia ser interpretado como uma regressão,<br />

porém é mais provável que a continuação de uma espécie progressiva não esteja<br />

representa<strong>da</strong> entre os espécimes disponíveis para estudo unicamente por ter<br />

ocupado áreas que não se prestavam à sua preservação pela fossilização.<br />

Para os objetivos deste capítulo, propomos considerar os hominídeos<br />

anteriores ao Homo sapiens com base nestas duas linhagens. A forma ancestral<br />

comum a ambas não pode ser facilmente identifica<strong>da</strong>, pois os testemunhos<br />

fósseis são bastante fragmentários. O mais antigo hominídeo <strong>da</strong> <strong>África</strong> provém<br />

de Fort Ternan, no Quênia, onde foram encontrados vários fragmentos de<br />

maxilar superior, um fragmento de mandíbula e alguns dentes. O sítio foi <strong>da</strong>tado<br />

de 14 milhões de anos, e seus fósseis provam que nessa época já havia ocorrido<br />

a diferenciação entre os hominídeos e os pongídeos. Portanto a redução dos

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