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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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506 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

O melhor exemplar <strong>da</strong> forma grácil no leste <strong>da</strong> <strong>África</strong> seria o espécime<br />

KNM -ER 1813, encontrado na formação de Koobi Fora (Fig. 5). Diversas<br />

mandíbulas e alguns fragmentos do esqueleto pós -craniano poderiam<br />

também ser associados a essa forma, não se devendo esquecer a dificul<strong>da</strong>de de<br />

classificação <strong>da</strong>s mandíbulas. Nenhuma tentativa de definição dessas formas<br />

gráceis <strong>da</strong> <strong>África</strong> foi proposta até o presente momento; contudo, devem -se<br />

considerar a variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mandíbulas com pré -molares e molares pequenos,<br />

uma capaci<strong>da</strong>de craniana de pelo menos 600 cm³ e cristas sagitais raramente<br />

presentes ou inexistentes. O esqueleto pós -craniano parece ser comparável ao do<br />

A. boisei, embora em escala menor, sendo também menos robusto. Nas duas espécies,<br />

um dos traços mais característicos é a epífise proximal do fêmur: o colo é longo,<br />

comprimido de frente para trás; a cabeça é pequena e subesférica. Haveria ain<strong>da</strong><br />

outros traços a serem definidos, mas pouco se sabe sobre a variação interna dessas<br />

espécies, e a amostra não oferece possibili<strong>da</strong>de de conclusões.<br />

No entanto, considero essa espécie muito próxima do A. africanus grácil <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

do Sul, do qual poderia ser um fácies mais setentrional. Conhecemos o osso ilíaco<br />

do A. africanus e do A. robustus <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Sul, e pequenas diferenças puderam<br />

ser nota<strong>da</strong>s entre as duas formas. Nenhum espécime remanescente desse osso é<br />

atribuível ao Australopithecus na <strong>África</strong> oriental; entretanto, o Homo está representado<br />

por dois espécimes contemporâneos, que mostram diferenças acentua<strong>da</strong>s entre os<br />

dois gêneros. Essas diferenças são maiores do que as que se poderia esperar no interior<br />

de uma única espécie, ain<strong>da</strong> que sua área de distribuição fosse extensa.<br />

Utensílios e habitações<br />

A maior quanti<strong>da</strong>de de restos de utensílios e de sítios de habitação provém<br />

do lago Turkana (Quênia) , de Melka Konturé (Etiópia) e <strong>da</strong> garganta de<br />

Olduvai (Tanzânia), onde foram feitas inúmeras escavações nos últimos trinta<br />

anos. A evolução a partir dos mais rudimentares seixos trabalhados até os<br />

complexos e aperfeiçoados bifaces está bem documenta<strong>da</strong> nessa área. Podem-<br />

-se fazer algumas inferências sobre a organização social (tamanho do grupo) e<br />

hábitos de caça, com base no material encontrado nesses sítios. Em Olduvai,<br />

descobriram -se restos de uma estrutura de pedra – talvez a base de uma cabana<br />

circular – <strong>da</strong>tados muito provavelmente de 1.800.000 anos. Em Melka Konturé,<br />

foi descoberta uma plataforma eleva<strong>da</strong>, também circular.

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