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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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A evolução <strong>da</strong> historiografia <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

sociólogos e os antropólogos; mas creio que a história é essencialmente uma forma de<br />

movimento e mesmo de movimento intencional. Não se trata simplesmente de uma<br />

fantasmagoria de formas e de costumes em transformação, de batalhas e conquistas,<br />

de dinastias e de usurpações, de estruturas sociais e de desintegração social…”.<br />

Ele argumentava que “a história, ou melhor, o estudo <strong>da</strong> história, tem uma<br />

finali<strong>da</strong>de. Nós a estu<strong>da</strong>mos (…) a fim de descobrir como chegamos ao ponto<br />

em que estamos”. O mundo atual, prosseguia ele, “está a tal ponto dominado<br />

pelas ideias, técnicas e valores <strong>da</strong> Europa ocidental que, pelo menos nos cinco<br />

últimos séculos, na medi<strong>da</strong> em que a história do mundo tem importância, é<br />

somente a história <strong>da</strong> Europa que conta”. Por conseguinte, não podemos nos<br />

permitir “divertirmo -nos com o movimento sem interesse de tribos bárbaras<br />

nos confins pitorescos do mundo, mas que não exerceram nenhuma influência<br />

em outras regiões” 14 .<br />

Por ironia do destino, foi durante a vi<strong>da</strong> de Hegel que os europeus<br />

empreenderam a exploração real, moderna e científica <strong>da</strong> <strong>África</strong> e começaram<br />

assim a lançar os fun<strong>da</strong>mentos de uma avaliação racional <strong>da</strong> história e <strong>da</strong>s<br />

realizações <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des africanas. Essa exploração era liga<strong>da</strong>, em parte, à<br />

reação contra a escravidão e o tráfico de escravos, e, em parte, à competição<br />

pelos mercados africanos.<br />

Alguns dos primeiros europeus eram impelidos por um desejo sincero de<br />

aprender tudo o que pudessem a respeito do passado dos povos africanos e<br />

recolhiam todo o material que encontravam: documentos escritos, quando os<br />

havia, ou ain<strong>da</strong> tradições orais e testemunhos que descobriam sobre os traços<br />

do passado. A literatura produzi<strong>da</strong> pelos exploradores é imensa. Alguns desses<br />

trabalhos contêm história no melhor sentido do termo, e em sua totali<strong>da</strong>de,<br />

tal literatura constitui um material de grande valor para os historiadores. Uma<br />

pequena lista dos principais títulos poderia incluir Travels to Discoverer the<br />

Sources of the Nile de James Bruce (1790); os capítulos especificamente históricos<br />

dos relatos de visitas a Kumasi, capital de Ashanti, de T. E. Bowdich (Mission<br />

from Cape Coast to Ashantee, 1819) e de Joseph Dupuis (Journal of a Residence<br />

in Ashantee, 1824); Reisen und Entdeckungen in Nord ‑und Zentral Afrika (1857-<br />

-1858) de Heinrich Barth; Documents sur l’Histoire, la Géographie et le Commerce<br />

de l’Afrique Oriental de M. Guillain (1856); e Saara und Su<strong>da</strong>n de Gustav<br />

Nachtigal (1879 -1889).<br />

14 Estas citações foram extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s notas de abertura do primeiro ensaio de uma série de cursos proferidos<br />

pelo professor Hugh TREVOR -HOPER intitula<strong>da</strong> “The Rise of Christian Europe” (A Ascensão <strong>da</strong><br />

Europa Cristã). Ver The Listener, 28 -11 -1963, p. 871.<br />

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