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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Geografia histórica: aspectos físicos<br />

intertropical. Resumindo, os fatores cósmicos determinam dois tipos principais<br />

de regimes térmicos: regular nas latitudes equatoriais e progressivamente<br />

contrastado à medi<strong>da</strong> que nos aproximamos dos trópicos.<br />

Mecanismo pluviométrico<br />

A explicação para as variações sazonais do clima africano está na existência<br />

de grandes centros de ativi<strong>da</strong>de atmosférica que põem em movimento massas de<br />

ar do tipo tropical e equatorial, marítimas ou continentais. Há dois anticiclones<br />

tropicais – ou centros de alta pressão – permanentes sobre o Atlântico, um no<br />

hemisfério norte (anticiclone dos Açores) e outro no hemisfério sul (anticiclone<br />

de Santa Helena). Existem outras duas células anticiclônicas, uma sobre o Saara,<br />

outra sobre o Calaari. Esses anticiclones continentais, de caráter sazonal, só<br />

desempenham papel importante durante o inverno boreal ou austral. No verão,<br />

eles se enfraquecem e são varridos para as extremi<strong>da</strong>des do continente. Os<br />

centros de ativi<strong>da</strong>de atmosférica compreendem, por fim, uma zona de baixas<br />

pressões centra<strong>da</strong> no Equador térmico, oscilando de 5 o de latitude sul em janeiro<br />

a 11 o de latitude norte em julho. Os anticiclones emitem os alísios – que varrem<br />

a área intertropical – em direção à zona equatorial de baixa pressão dos ventos<br />

de superfície. Do anticiclone dos Açores partem ventos frescos e constantes – os<br />

alísios atlânticos, de direção nordeste – que afetam somente uma estreita faixa<br />

<strong>da</strong> costa do Saara até o Cabo Verde. O anticiclone de altitude do Saara é a fonte<br />

dos ventos de nordeste, os alísios continentais, secos e relativamente frescos, mas<br />

aquecidos à medi<strong>da</strong> que se movem em direção ao sul. Trata -se do harmatã, de<br />

direção leste, abrasador e seco, que sopra com grande regulari<strong>da</strong>de sobre todo<br />

o Sahel, do Chade ao Senegal. É acompanhado por turbilhões ascendentes que<br />

carregam areia ou poeira, originando névoa seca. No hemisfério sul, durante o<br />

inverno austral, manifestam -se também ventos relativamente secos e quentes em<br />

algumas partes <strong>da</strong> bacia do Zaire. Mas sobretudo nesta estação, que corresponde<br />

ao verão boreal, as baixas pressões continentais centra<strong>da</strong>s no sul do Saara atraem<br />

os alísios marítimos provenientes do anticiclone de Santa Helena; estes se<br />

desviam para nordeste após cruzar o Equador. É a monção <strong>da</strong> Guiné, que sopra<br />

sob o harmatã, afastando -o para o norte e elevando -o. O encontro dessas massas<br />

de ar de direção, temperatura e umi<strong>da</strong>de diferentes é a zona de convergência<br />

intertropical ou frente intertropical, que determina as estações chuvosas.<br />

Durante o verão boreal (maio -setembro) a frente intertropical, de direção<br />

leste -oeste, desloca -se entre 10 o e 20 o de latitude norte. O alísio vindo do sul<br />

carrega, então, massas de ar úmi<strong>da</strong>s para a costa <strong>da</strong> Guiné, <strong>da</strong>ndo início à estação<br />

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