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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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256 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

antiga ou de uma reflexão sistemática sobre tais parentescos, ao contrário do<br />

que se pode notar em outras áreas, como, por exemplo, na ciência etimológica,<br />

na própria análise <strong>da</strong> língua, ou ain<strong>da</strong> nos fenômenos lexicais. O mestre <strong>da</strong><br />

palavra e <strong>da</strong> eloquência peul, bantu ou wolof possui em geral um interesse muito<br />

consciente e uma boa informação sobre a origem <strong>da</strong>s palavras. O historiador<br />

de Cayor, por exemplo, terá prazer em descobrir as palavras empresta<strong>da</strong>s ou<br />

decompor um vocábulo para revelar sua origem: Barjal, diz o guardião <strong>da</strong><br />

tradição de Cayor, vem de Baar e Jall. E explica ao mesmo tempo a contração<br />

formal sofri<strong>da</strong> pelos componentes do termo, o contexto e o sentido <strong>da</strong> palavra.<br />

Em um artigo de A. Tall 4 , há alguns exemplos desse tipo de trabalho, feito por<br />

etimologistas tradicionais entre os Mossi e os Gurmanche.<br />

O início <strong>da</strong> ciência classificatória em linguística ocorre com S. Koelle, Bleek<br />

e a pesquisa europeia. Esta inaugura -a no século XIX com os trabalhos dos<br />

comparatistas indo -europeus de quem os pesquisadores <strong>da</strong> linguística africana<br />

foram discípulos.<br />

W. H. Bleek 5 foi um dos primeiros que se propôs a estabelecer o parentesco<br />

<strong>da</strong>s línguas bantu, precedendo nessa área autores como Meinhof ou H. Johnston.<br />

A contribuição de Delafosse 6 às línguas africanas do oeste é bem conheci<strong>da</strong>. O<br />

mesmo pode ser dito sobre os trabalhos de C. R. Lepsius 7 , A. N. Tucker 8 e G. W.<br />

Murray 9 para as línguas nilóticas e de Basset para as línguas berberes. O estudo<br />

do egípcio antigo, essencial à pesquisa negro -africana, o <strong>da</strong>s línguas semíticas ou<br />

indo -europeias <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Norte e até mesmo o de línguas púnicas e greco-<br />

-latinas tiveram também notável valor.<br />

Como enfatiza J. H. Greenberg 10 , autor <strong>da</strong> classificação <strong>da</strong>s línguas africanas<br />

mais recente e atualmente mais discuti<strong>da</strong>, os trabalhos modernos de maior<br />

interesse para o continente como um todo são os de Drexel 11 e Meinhof 12 . Mas<br />

4 Cf. Tradition Orale. Centre Régional de Documentation pour la Tradition Orale de Niamey, 1972.<br />

5 BLEEK, W. H. I. 1862 -1869.<br />

6 DELAFOSSE, M. In: MEILLET, A. e COHEN. 1924; HOMBURGER, L. 1941. Dentre os autores<br />

que propuseram classificações, devemos citar A. WERNER, 1925 e 1930.<br />

7 LEPSIUS, C. R. 1888.<br />

8 TUCKER, A. N. 1940.<br />

9 MURRAY, G. W. v. 44.<br />

10 GREENBERG, J. H. 1957. Principalmente a análise crítica feita em “Nilotic hamitic -semito -hamitic”.<br />

In: Africa, 1958 e também The Languages of Africa, The Hague, 1963.<br />

11 Cf. GREENBERG, J. H.<br />

12 MEINHOF, C. 1904, 1906, 1912 e 1932.

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