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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Tendências recentes <strong>da</strong>s pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral<br />

uma socie<strong>da</strong>de particular, e não a uma teoria oficial tentaram provar que a teoria<br />

econômica não é aplicável ao domínio de suas pesquisas 10 . Como resultado,<br />

estabeleceu -se um ver<strong>da</strong>deiro abismo entre os economistas do desenvolvimento,<br />

que, trabalhando sob a inspiração de teorias macroeconômicas, prestam pouca<br />

atenção às reali<strong>da</strong>des econômicas do momento, e os substantivistas, que<br />

desprezam as teorias contrárias. Até agora, os especialistas em história <strong>da</strong><br />

economia não preencheram o abismo, assim como não exerceram sobre as ideias<br />

relativas à <strong>África</strong> uma influência comparável à que os historiadores tiveram sobre<br />

a antropologia ou sobre o estudo <strong>da</strong>s religiões.<br />

A história africana caminhou a largos passos, especialmente nós últimos anos,<br />

para lançar métodos novos e cobrir zonas não suficientemente explora<strong>da</strong>s. Mas<br />

ela não tirou proveito suficiente dos novos caminhos abertos em outros lugares.<br />

Ela não respondeu tão rapi<strong>da</strong>mente quanto outras disciplinas ao desafio <strong>da</strong><br />

revolução behaviorista, nem aproveitou as possibili<strong>da</strong>des admiráveis <strong>da</strong> história<br />

quantitativa, tanto em matéria política quanto no domínio <strong>da</strong> econometria.<br />

No curso <strong>da</strong>s explorações sobre o passado <strong>da</strong> <strong>África</strong>, realiza<strong>da</strong>s com impulso<br />

ca<strong>da</strong> vez maior, a irradiação <strong>da</strong> nova história africana foi obra de um grupo de<br />

historiadores profissionais que fizeram dessa história o objeto principal de seu<br />

ensino e de seus escritos. Se, no mundo ocidental, o conhecimento <strong>da</strong> história<br />

<strong>da</strong> <strong>África</strong> foi tão menosprezado, mesmo em relação à historiografia <strong>da</strong> Ásia ou<br />

<strong>da</strong> América Latina, é porque era obra de historiadores amadores, pessoas que<br />

tinham outras ativi<strong>da</strong>des profissionais, mas não uma posição estabeleci<strong>da</strong> no<br />

mundo universitário, e que portanto não tinham possibili<strong>da</strong>de de influenciar<br />

os meios historiográficos em nenhum país ocidental. Alguns trabalhos de<br />

pesquisa sobre a <strong>África</strong> eram realizados nos institutos <strong>da</strong> Escandinávia ou <strong>da</strong><br />

Europa central e oriental, desde antes <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial. Mas eles<br />

permaneciam marginais no programa geral do ensino superior e, desse modo,<br />

não contribuíam para a formação de historiadores. As únicas exceções são<br />

representa<strong>da</strong>s pela egiptologia e por certos aspectos do passado <strong>da</strong> <strong>África</strong> do norte<br />

na época romana. Para o restante, antes de 1950 contam -se poucos profissionais<br />

entre os historiadores <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Há administradores coloniais e missionários;<br />

há também clérigos e religiosos africanos, que empregam uma <strong>da</strong>s línguas<br />

internacionais – Carl Christian Reindorf, <strong>da</strong> Costa do Ouro; Samuel Johnson,<br />

para os Ioruba; ou o xeque Moussa Kamara, do Senegal, cujo Zuhur ul ‑Basatin fi<br />

Ta’rikh is ‑Sawadin não está ain<strong>da</strong> inteiramente publicado e apenas começa a ser<br />

10 Para um resumo apropriado <strong>da</strong> posição, ver DALTON, G. 1968.<br />

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