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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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94 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

que, por outro lado, nos fornecem, mais do que <strong>da</strong>dos reais, a representação<br />

que a Antigui<strong>da</strong>de fazia <strong>da</strong> <strong>África</strong>. As poucas indicações existentes referem -se<br />

ao deserto <strong>da</strong> Líbia e às costas do Saara Ocidental; em todos esses textos, a<br />

<strong>África</strong> negra ocidental permanece marginaliza<strong>da</strong>.<br />

A primeira i<strong>da</strong>de islâmica (622 ‑1050 aproxima<strong>da</strong>mente)<br />

A conquista árabe e o estabelecimento do califado tiveram por consequência<br />

a unificação de domínios político -culturais anteriormente dissociados (Império<br />

Sassâni<strong>da</strong>, Império Bizantino), o alargamento do horizonte geográfico do<br />

homem, o remanejamento <strong>da</strong>s correntes de intercâmbio, a penetração de povos<br />

até então desconhecidos. Não é, portanto, surpreendente que, pela primeira vez,<br />

tenhamos informações mais precisas sobre o mundo negro, tanto do leste como<br />

do oeste. Mas enquanto o Egito e o Magreb estavam integrados no corpo do<br />

Império e depois <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de islâmica, o mundo negro simplesmente fazia<br />

parte de sua esfera de influência; <strong>da</strong>í uma informação parcelar, desconexa, às<br />

vezes mítica, mas ain<strong>da</strong> assim preciosa.<br />

Se excluirmos as fontes arquivísticas, cuja tradição continua no Egito (papiros<br />

coptas e gregos de Afrodite, papiros árabes do Faium e de Ashmunayn 28 ,<br />

enfim, no século X, algumas peças de arquivos fatími<strong>da</strong>s) e que concernem<br />

especificamente a esse país, a maior parte de nossas fontes, narrativas no sentido<br />

amplo ou indireto, é comum a to<strong>da</strong> a <strong>África</strong>. É uma característica evidente nas<br />

obras geográficas e que pode ser percebi<strong>da</strong> em vários textos jurídicos. Portanto,<br />

parece mais cômodo proceder, nesse caso, a um inventário por gênero, destacando,<br />

to<strong>da</strong>via, a sucessão cronológica e sem perder de vista a estrutura regional.<br />

As crônicas<br />

a) Não dispomos de nenhuma crônica anterior ao século IX. Mas foi no século<br />

VIII que se elaborou a informação oral, tendo como centro incontestável o Egito,<br />

com exceção <strong>da</strong> costa oriental <strong>da</strong> <strong>África</strong>, em ligação comercial direta com o Iraque<br />

meridional. Por outro lado, o caráter excêntrico do Egito, do Magreb e a fortiori<br />

do Sudão fez com que, mesmo no século IX, século <strong>da</strong> explosão <strong>da</strong> historiografia<br />

28 São importantes os trabalhos de GROHMANN: Arabie papyri in the Egyptian Library. 5 v., 1934-<br />

-1959; Einführung und Chrestomathie der Arabischen Papyrus ‑kinde. Praga, 1955. Os papiros gregos e<br />

coptas foram estu<strong>da</strong>dos por H. BELL. Para os registros fatími<strong>da</strong>s: SHAYYAL, Majmû at al -Wathâ iq<br />

al -Fâtimiyya, Cairo, 1958.

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