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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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20 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Isso se explica, em parte, pelo fato de que a administração colonial francesa<br />

tendia a desenvolver estruturas mais rígi<strong>da</strong>s para a formação e a pesquisa<br />

do que a administração britânica. Pode -se citar a instituição (em 1917) do<br />

Comité d’Etudes Historique et Scientifique de l’AOF* e de seu Bulletin, que<br />

levaram à criação do Institut Français d’Afrique Noire, sediado em Dacar<br />

(1938), ao seu Bulletin e à série Mémoires que editou; a partir <strong>da</strong>í, surgiram<br />

obras como o magistral Tableau Géographique de l’Ouest Africain au Moyen Age<br />

(1961) de Raymond Mauny. Apesar disso, os historiadores do período colonial<br />

permaneceram amadores, marginalizados <strong>da</strong> principal corrente historiográfica.<br />

Isto ocorreu tanto na França quanto na Grã -Bretanha, pois, embora homens<br />

como Delafosse e Labouret tivessem obtido cargos universitários quando<br />

retornaram à França, fizeram -no como professores de línguas africanas ou de<br />

administração colonial, e não como historiadores clássicos.<br />

A partir de 1947, a Société Africaine de Culture e sua revista <strong>Pré</strong>sence Africaine<br />

empenharam -se na promoção de uma história – <strong>da</strong> <strong>África</strong> descoloniza<strong>da</strong>. Ao<br />

mesmo tempo, uma geração de intelectuais africanos que havia dominado as<br />

técnicas europeias de investigação histórica começou a definir seu próprio<br />

enfoque em relação ao passado africano e a buscar nele as fontes de uma<br />

identi<strong>da</strong>de cultural nega<strong>da</strong> pelo colonialismo. Esses intelectuais refinaram e<br />

ampliaram as técnicas <strong>da</strong> metodologia histórica desembaraçando -a, ao mesmo<br />

tempo, de uma série de mitos e preconceitos subjetivos. A esse propósito<br />

devemos mencionar o simpósio organizado pela UNESCO no Cairo em 1974,<br />

que permitiu a pesquisadores africanos e não -africanos confrontar livremente<br />

seus pontos de vista sobre o problema do povoamento do antigo Egito.<br />

Em 1948, aparecia a obra History of the Gold Coast de W. E. F. Ward. No<br />

mesmo ano, a Universi<strong>da</strong>de de Londres criava o cargo de lecturer em <strong>História</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> na School of Oriental and African Studies, confiado ao Dr. Roland Oliver.<br />

É a partir dessa mesma <strong>da</strong>ta que a Grã -Bretanha empreende um programa<br />

de desenvolvimento <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des nos territórios que dela dependiam:<br />

fun<strong>da</strong>ção de estabelecimentos universitários na Costa do Ouro e na Nigéria;<br />

elevação do Gordon College de Cartum e do Makerere College de Kampala<br />

à categoria de universi<strong>da</strong>des. Nas colônias francesas e belgas, desenrolava -se<br />

um processo semelhante. Em 1950 era cria<strong>da</strong> a Escola Superior de Letras de<br />

Dacar que, sete anos mais tarde, adquiriria o estatuto de universi<strong>da</strong>de francesa.<br />

Lovanium, a primeira universi<strong>da</strong>de do Congo (mais tarde Zaire), começou a<br />

funcionar em 1954.<br />

* AOF – Afrique Occidentale Française (N. do T.).

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