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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> austral<br />

Em Kalambo Falls, a fácies local do Sangoense (indústria de Chipeta)<br />

<strong>da</strong>ta de 46.000 a 38.000 B.P., segundo doze resultados obtidos pelo método<br />

do radiocarbono. Em Mufo, no nordeste de Angola, uma fase semelhante<br />

<strong>da</strong>ta de aproxima<strong>da</strong>mente 38.000 B.P. Em Zimbabwe, o Sangoense local<br />

(indústria de Gwelo) é comparável a indústrias anteriormente denomina<strong>da</strong>s<br />

“Proto -Stillbayense” 9 , mas poderia ser anterior a elas. É extremamente difícil<br />

estabelecer uma correlação entre essas indústrias de tipo sangoense, visto que<br />

é preciso considerar fatores ecológicos e outros. Nas regiões onde o habitat,<br />

a tradição ou considerações particulares favoreceram o uso desses utensílios<br />

pesados, é provável que eles tenham exercido desde logo um papel importante<br />

e que tal papel tenha persistido por tanto tempo quanto as razões que levaram<br />

à sua adoção. Não se pode negar a existência de uma correlação entre esse tipo<br />

de utensílios e áreas com maior precipitação pluviométrica e, consequentemente,<br />

vegetação mais densa. Portanto, esses elementos pesados podem ser considerados<br />

mais como resultantes de determinações ecológicas que como representantes de<br />

um determinado período ou estágio cultural na evolução do instrumental lítico.<br />

Como essas indústrias sangoenses estão liga<strong>da</strong>s a áreas de vegetação mais densa,<br />

pode -se esperar que suas primeiras manifestaçõe -s tenham sido contemporâneas,<br />

nessas regiões, dos estágios finais do Acheulense (Fauresmithiense ) nas savanas<br />

ervosas e que não tenham ocorrido em habitats mais abertos, nos quais, como<br />

vimos, era enfatiza<strong>da</strong> a fabricação de outros tipos de utensílios. Indústrias de tipo<br />

sangoense foram descobertas em Zâmbia, Malavi, Zimbabwe, Moçambique e<br />

Angola, bem como no norte e no sudeste <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Sul. No Fauresmithiense<br />

e no Sangoense, portanto, podemos perceber o começo de uma especialização<br />

regional dos utensílios, que reflete padrões de a<strong>da</strong>ptação diferentes conforme se<br />

trate de pra<strong>da</strong>rias, florestas claras ou florestas densas.<br />

Middle Stone Age<br />

A necessi<strong>da</strong>de de considerar os utensílios de pedra do homem pré -histórico<br />

– que, em geral, é tudo o que restou dele – como produto <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des imediatas de seus fabricantes, e não como obra de populações<br />

necessariamente distintas do ponto de vista genético e étnico, impõe -se<br />

9 A composição desses conjuntos proto -stillbayenses em Zimbabwe pode ser melhor observa<strong>da</strong> nos<br />

depósitos de cavernas em estratigrafia, como as de Pomongwe e Bambata, e no sítio aberto do planalto<br />

de Chavuma, em referência ao qual essa indústria foi recentemente rebatiza<strong>da</strong> como “indústria de<br />

Chavuma”. Embora não existam <strong>da</strong>tações precisas, parece que a indústria de Chavuma é anterior a<br />

42.000 B.P. Consequentemente, a indústria de Gwelo é ain<strong>da</strong> mais antiga.<br />

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