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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central<br />

Zaire, Kinshasa, a região de Lun<strong>da</strong>, o Cuango e o Kasai, isto é, o sudeste <strong>da</strong><br />

bacia do Zaire. A parte oriental abrange a região interlacustre e a região Shaba<br />

– lago Tanganica.<br />

Na parte ocidental acredita -se reconhecer uma série de indústrias, usualmente<br />

descritas como uma sucessão tipológico -cronológica: o Sangoense, seguido do<br />

Lupembiense, por sua vez seguido do Tshitoliense. O Sangoense representaria<br />

a passagem entre o Acheulense e o Lupembiense e estaria situado no primeiro<br />

período intermediário. O Lupembiense constituiria a Middle Stone Age, enquanto<br />

o Lupembo -Tshitoliense corresponderia ao segundo período intermediário,<br />

indo redun<strong>da</strong>r finalmente no Tshitoliense, contemporâneo <strong>da</strong> Late Stone Age <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> Oriental e Austral. Como que prolongando a técnica acheulense, to<strong>da</strong>s<br />

essas indústrias são caracteriza<strong>da</strong>s pelo lascamento bifacial, enquanto a técnica<br />

levalloisiense raramente aparece.<br />

A parte oriental <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central apresenta uma mistura mais complexa<br />

de indústrias. Estas são comparáveis às <strong>da</strong> parte ocidental mas o lascamento<br />

bifacial não é tão abun<strong>da</strong>nte. Em contraparti<strong>da</strong>, as técnicas de debitagem<br />

denomina<strong>da</strong>s musteriense e levalloisiense são muito desenvolvi<strong>da</strong>s, e as lâminas<br />

e lascas laminares, numerosas. Desde o segundo período de transição notam -se<br />

mu<strong>da</strong>nças muito profun<strong>da</strong>s, e a tradição interrompe -se definitivamente para <strong>da</strong>r<br />

lugar às indústrias microlíticas, as quais parecem não ter ligação alguma com<br />

as indústrias anteriores. Bem características, as indústrias de tipo Sangoense e<br />

Lupembiense dessas regiões permitem distinguir duas áreas diferentes: uma que<br />

abrangeria a parte setentrional, isto é, a região interlacustre, caracteriza<strong>da</strong> por<br />

bifaces foliáceos, lanceolados, e punhais; a outra a abranger a parte meridional,<br />

isto é, a região do Shaba e as margens do lago Tanganica, caracteriza<strong>da</strong> pela<br />

ausência de “pontas” e pela presença de utensílios bifaces de tipo burilou goiva,<br />

que curiosamente quase não aparecem na região interlacustre. Isso ilustra<br />

bem o absurdo <strong>da</strong> distinção entre indústrias de floresta e de savana. Aliás,<br />

nessa época, nenhuma região parece ter sido mais arboriza<strong>da</strong> que outra. Ao<br />

contrário, o clima devia ser niti<strong>da</strong>mente mais seco do que hoje; foi somente<br />

por volta do fim desse período que a floresta ganhou extensão. O sítio de<br />

Masango reflete bem o caráter <strong>da</strong>s indústrias <strong>da</strong> região. Observa -se ali to<strong>da</strong><br />

uma gama de pontas bifaces ao lado de elementos grosseiros, tais como picões.<br />

O traço levalloisiense encontra -se muito bem representado (Cahen, Haesaerts,<br />

van Noten, 1972). Uma sequência de indústrias líticas, do Sangoense à Late<br />

Stone Age, teria sido descoberta em Sanga, mas ain<strong>da</strong> não foi detalha<strong>da</strong>mente<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong> (Nenquin, 1958).<br />

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