29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

258 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

É certo que alguns progressos se verificaram recentemente. Contudo, não<br />

existe contexto favorável a um trabalho de síntese rigoroso. De fato, não é possível<br />

classificar línguas que ain<strong>da</strong> não foram identifica<strong>da</strong>s com exatidão e analisa<strong>da</strong>s<br />

precisamente. Alguns exemplos concretos ilustram a amplidão <strong>da</strong>s controvérsias<br />

e o grau <strong>da</strong>s incertezas. Os dois primeiros referem -se aos falares <strong>da</strong> fronteira<br />

geográfica atual entre a família camito -semítica e a família negro -africana. O<br />

terceiro refere -se ao grupo “oeste -atlântico”, ou ain<strong>da</strong> “senegalês -guineense”.<br />

Dos trabalhos de C. Meinhof (1912) 16 , M. Delafosse (1924) 17 , C. Meek<br />

(1931) 18 , J. Lukas (1936) 19 e M. Cohen (1947) 20 aos de J. H. Greenberg, em<br />

1948, ou de A. Tucker e A. Bryan, em 1966 21 , e às críticas recentes de T.<br />

Obenga 22 , não há perfeita concordância sobre os <strong>da</strong>dos nem sobre o método, os<br />

componentes dos grupos ou a gênese e a natureza <strong>da</strong>s relações entre os falares.<br />

O contato e sobretudo a geografia realmente unem, de modo indiscutível, as<br />

línguas fala<strong>da</strong>s do Nilo à bacia do Chade. A coexistência milenar do negro-<br />

-africano e do semítico abriga aí um fundo comum de empréstimo mútuo<br />

considerável. Essas contribuições recíprocas dificultam a separação entre os<br />

<strong>da</strong>dos originais e a aquisição exterior.<br />

O problema é saber em que medi<strong>da</strong> o vocabulário próprio do egípcio antigo,<br />

do haussa, do copta, do baguirmiano, do sara e <strong>da</strong>s línguas chádicas, que pode<br />

ser encontrado no berbere e nas línguas semíticas tais como o árabe e o amárico,<br />

atesta parentesco entre tais idiomas ou simples influência de uns sobre outros.<br />

As informações sobre o egípcio antigo remontam a 4000 anos e sobre o semítico<br />

a 2500 anos. O chádico, o berbere e o cuxita, analisados no mesmo contexto, só<br />

fornecem informações consistentes nos séculos XIX e XX <strong>da</strong> Era Cristã.<br />

Em 1947, M. Cohen publica seu Essai Comparatif sur le Vocabulaire et la<br />

Phonétique du Chamito ‑Sémitique, em que compara o egípcio, o berbere, o semítico,<br />

o cuxita e o haussa, que evoca esporadicamente. Desde 1949, Leslau 23 e Hintze 24<br />

questionam as conclusões de Cohen e até mesmo seus métodos. J. H. Greenberg,<br />

16 MEINHOF, C. 1912.<br />

17 DELAFOSSE, M. 1924.<br />

18 MEEK, C. 1931.<br />

19 LUKAS, L. 1936.<br />

20 COHEN, M. 1947; GREENBERG, J. H. 1948. “Hamito -Semitic. SJA 6.47.63.<br />

21 TUCKER, A. e BRYAN, A. 1966.<br />

22 OBENGA, T. 1977. Comunicação no Festival de Lagos<br />

23 LESLAU, W. 1949.<br />

24 HINTZE, F. 1951.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!