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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

Ali, cobrindo, portanto, um período crucial <strong>da</strong> história do Egito 18 . Embora<br />

muitas crônicas e outras obras históricas de todos os países árabes tenham sido<br />

publica<strong>da</strong>s, a grande maioria encontra -se ain<strong>da</strong> em manuscritos espalhados por<br />

muitas bibliotecas tanto dentro como fora de seu país de origem, à espera de<br />

estudo e publicação.<br />

Nesse período as narrativas de viajantes europeus ganham importância<br />

crescente. Embora o preconceito anti -islâmico de seus autores raramente<br />

permita relatórios ver<strong>da</strong>deiramente objetivos, elas trazem muitas reflexões e<br />

observações interessantes não encontra<strong>da</strong>s em outros documentos, já que os<br />

escritores locais consideravam muitos aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> banais e desprovidos<br />

de interesse. É incontável o número de europeus – viajantes, embaixadores,<br />

cônsules, mercadores e mesmo prisioneiros (entre eles Miguel de Cervantes) –<br />

que deixaram reminiscências e relatórios mais ou menos detalhados dos países<br />

do Magreb, que visitaram; o mesmo aconteceu, talvez até com maior intensi<strong>da</strong>de,<br />

no caso do Egito, que atraía muitos visitantes por sua importância comercial e<br />

a proximi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Terra Santa 19 . De interesse particular é a obra monumental<br />

Description de l’ Egypte (24 volumes, Paris, 1821 -1824), compila<strong>da</strong> pela comissão<br />

científica <strong>da</strong> expedição de Napoleão Bonaparte, fonte inesgotável de todo tipo<br />

de informação sobre o Egito às vésperas de uma nova época.<br />

No século XIX, as fontes para a história <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Norte são tão abun<strong>da</strong>ntes<br />

quanto para qualquer país europeu. As crônicas locais e narrativas de viajantes<br />

assumem um lugar secundário em relação às fontes mais objetivas – arquivos,<br />

estatísticas, jornais e outros testemunhos diretos ou indiretos –, permitindo aos<br />

historiadores empregar os métodos e abor<strong>da</strong>gens clássicos elaborados para uma<br />

história amplamente documenta<strong>da</strong>, como a <strong>da</strong> Europa.<br />

Duas regiões de língua árabe, Mauritânia e Sudão oriental, merecem um<br />

tratamento especial devido à sua situação particular, nos limites do mundo árabe.<br />

Uma característica comum <strong>da</strong>s fontes nesses dois países é a predominância de<br />

biografias, genealogias e poesia, sobre os anais históricos propriamente ditos, pelo<br />

menos até o final do século XVIII. Em relação à Mauritânia, várias genealogias<br />

e biografias foram publica<strong>da</strong>s por Ismaël Hamet 20 , a que se acrescentam poemas<br />

e outros materiais folclóricos recolhidos por René Basset e mais recentemente<br />

por H. T. Norris 21 . Um exame intensivo de novos materiais foi realizado com<br />

18 Muitas edições; uma tradução não muito digna de confiança de Chefik MANSOUR, Cairo, 1886 -1896.<br />

19 CARRE, J. M. Cairo, 1932.<br />

20 Chroniques de la Mauritaine sénégalaise, Paris, 1911.<br />

21 BASSET, R. 1909 -1940; NORRIS, H. T. 1968.<br />

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