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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Classificação <strong>da</strong>s línguas <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

san<strong>da</strong>we e as línguas do khoisan central. To<strong>da</strong>s estas línguas, exceto o kiechware,<br />

fazem distinção de gênero. Na<strong>da</strong> se diz a respeito de um possível parentesco com o<br />

camito -semítico. A outra família, handza -san, compreende o hatsa e as línguas san<br />

do norte e do sul. Na opinião de Westphal, porém, o parentesco entre o hatsa e as<br />

línguas san não está completamente definido.<br />

A língua malgaxe, que veio a dominar as línguas de origem africana fala<strong>da</strong>s em<br />

algumas regiões <strong>da</strong> ilha de Ma<strong>da</strong>gáscar, não se inclui na classificação acima. Jamais se<br />

discutiu sua pertinência à família austronesiana (malaio -polinésia), Seu parente mais<br />

próximo dentro <strong>da</strong> família é provavelmente a língua maanyan de Bornéo 45 . Outra<br />

língua que não se menciona na classificação é o meroítico 46 , língua morta escrita em<br />

um alfabeto que adota duas formas, a hieroglífica e a cursiva. Extinguiu -se por volta<br />

do século IV <strong>da</strong> nossa era e é conheci<strong>da</strong> apenas através de vestígios arqueológicos<br />

encontrados em uma área que vai aproxima<strong>da</strong>mente de Assuã, no sul do Egito,<br />

até Cartum, no Sudão. Apesar de se ter determinado o valor fonético <strong>da</strong>s letras, o<br />

conhecimento do léxico e <strong>da</strong> gramática é limitado e impreciso devido à ausência<br />

de inscrições bilíngues. Segundo Griffith, autor <strong>da</strong> primeira teoria a esse respeito,<br />

o meroítico corresponderia ao núbio. A hipótese camítica (Meinhof, Zyhlarz) foi<br />

refuta<strong>da</strong> em um importante artigo de Hintze. Mais recentemente, a hipótese núbia<br />

foi retoma<strong>da</strong> de forma desenvolvi<strong>da</strong>, por Trigger, que sugere pertencer ela ao sub-<br />

-ramo su<strong>da</strong>nês oriental do nilo -saariano, o qual, na classificação de Greenberg,<br />

também compreende o núbio 47 .<br />

Finalmente, faz -se necessário mencionar as línguas europeias e indianas, de<br />

importação recente, que, em alguns casos, são fala<strong>da</strong>s atualmente por populações<br />

nasci<strong>da</strong>s na <strong>África</strong>. O inglês, além de falado na <strong>África</strong> do Sul e no Zimbabwe,<br />

é a língua dos descendentes de negros americanos que fun<strong>da</strong>ram a Libéria; é<br />

falado também, na forma crioula (krio), em Freetown, Serra Leoa. O africâner,<br />

parente próximo do neerlandês, é falado na <strong>África</strong> do Sul. Existe na <strong>África</strong> do<br />

Norte uma importante população de línguas francesa, espanhola e italiana. Uma<br />

forma crioula do português constitui a primeira língua de alguns milhares de<br />

falantes <strong>da</strong> Guiné e de outras regiões. Finalmente, algumas línguas originárias<br />

<strong>da</strong> Índia são utiliza<strong>da</strong>s na <strong>África</strong> oriental. Compreendem as línguas arianas e<br />

dravidianas, sendo a mais importante o gujarati.<br />

45 As provas que sustentam esta hipótese são apresenta<strong>da</strong>s em O. C. DAHL, 1951.<br />

46 Cabe lembrar que no importante simpósio realizado no Cairo em janeiro -fevereiro de 1974 relatou -se<br />

em que estágio se encontram as pesquisas referentes à decifração <strong>da</strong> escrita meroítica (ver volume II).<br />

47 Sobre esta questão, ver F. HINTZE, 1955, p. 355 -72 e B. G. TRIGGER, KUSH, v. 12, p. 188 -94.<br />

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