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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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116 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Situação análoga é observa<strong>da</strong> nas áreas ao norte do rio Orange: os relatórios<br />

dos primeiros comerciantes e caçadores dão lugar a uma quanti<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong><br />

vez maior de trabalhos escritos por pesquisadores e missionários, melhor<br />

capacitados para a observação devido à sua maior experiência e conhecimento<br />

<strong>da</strong>s línguas africanas. Podemos citar, por exemplo, Robert Moffat, E. Casalis,<br />

T. Arbousset e outros, sendo, o mais conhecido, evidentemente, David<br />

Livingstone 47 . Vários documentos (arquivos, correspondência, contratos e atas<br />

oficiais, etc.) <strong>da</strong> história antiga do Lesoto foram coletados por G. M. Theal 48 .<br />

Uma característica positiva desse período é o surgimento de documentos que<br />

expressam pontos de vista africanos, como as cartas escritas por Moshesh e<br />

outros líderes africanos.<br />

Diversamente <strong>da</strong> costa, o interior de Natal e <strong>da</strong> Zululândia tornou-<br />

-se conhecido por forasteiros somente nas primeiras déca<strong>da</strong>s do século<br />

XIX. Os primeiros observadores, como N. Isaac ou N. F. Fynn 49 , em geral<br />

eram inexperientes, raramente precisos e careciam de objetivi<strong>da</strong>de quando<br />

tratavam dos não -brancos. Já os registros <strong>da</strong>s tradições orais dos Zulu foram<br />

feitos relativamente cedo, na déca<strong>da</strong> de 1880, embora só fossem publicados<br />

mais tarde, por A. T. Bryant, cujo livro deve, to<strong>da</strong>via, ser utilizado com<br />

cautela 50 .<br />

Como para outras partes <strong>da</strong> <strong>África</strong>, a quanti<strong>da</strong>de de materiais escritos por<br />

europeus aumentou enormemente no decorrer do século XIX, e não cabe aqui<br />

examinar, com mais detalhe todos os seus tipos e autores. Mais interessantes<br />

são os registros <strong>da</strong>s reações dos primeiros africanos letrados ou de alguns<br />

chefes tradicionais, encontrados em correspondências, jornais, queixas, diários,<br />

contratos ou, já mais tarde, nas primeiras tentativas de re<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> história de<br />

seu próprio povo.<br />

Além <strong>da</strong> volumosa correspondência entre governantes africanos Moshesh,<br />

Dingaan, Cetwayo, Mzilikazi, Lobenguela, Witbooi, os chefes Gríqua e muitos<br />

outros – e as autori<strong>da</strong>des coloniais, encontramos documentos tais como as Leis<br />

47 MOFFAT, R. 1842 e 1945; CASALIS, E., Les Bassutos, Paris, 1859; ed. inglesa, Londres, 1861; T.<br />

ARBOUSSET, Relation d’un voyage d’exploration, Paris, 1842; ed. inglesa; Ci<strong>da</strong>de do Cabo, 1846;<br />

LIVINGSTONE, D. 1957.<br />

48 THEAL, G. M., Basutoland Records, 3 v., Ci<strong>da</strong>de do Cabo, 1883 (v. 4 e 5 manuscritos, não publicados,<br />

nos Arquivos <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de do Cabo).<br />

49 ISAAC, N. 1836; FYNN, N. F. 1950.<br />

50 BRYANT, A. T. 1929. V. também sua A History of the Zulu, primeiramente publica<strong>da</strong> como uma série de<br />

artigos em 1911 -1913 e depois como livro, na Ci<strong>da</strong>de do Cabo, 1964. Cf. também BIRD, J. The Annals<br />

of Natal, 1495 -1845, 2 v., Pietermaritsburg, 1888.

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