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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Quadro cronológico <strong>da</strong>s fases pluviais e glaciais <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

dos processos na interface água -ar, os quais regem as trocas de calor, umi<strong>da</strong>de<br />

e energia.<br />

Estas considerações preliminares mostram que a climatoestratigrafia do<br />

Ouaternário foi uma etapa, uma aproximação necessária, que gradualmente dá<br />

lugar à procura de uma compreensão dos mecanismos implicados em situações<br />

bem determina<strong>da</strong>s, em diferentes escalas de tempo. Por esta razão, examinaremos<br />

aqui diversos exemplos de resultados recentes relacionados à era presente, ao<br />

Holoceno, ao Pleistoceno e ao Plio -Pleistoceno.<br />

Climatologia atual e recente na <strong>África</strong><br />

Na <strong>África</strong>, o ritmo anual de alternação de uma estação seca e de uma estação<br />

úmi<strong>da</strong> na zona intertropical está ligado ao deslocamento <strong>da</strong> zona de convergência<br />

intertropical (C.I.T.).<br />

No recente resumo de J. Maley (1973) e L. Dorize (1974), a C.I.T. representa<br />

o ponto de encontro <strong>da</strong> monção (ar úmido proveniente <strong>da</strong>s regiões equatoriais<br />

ou alísio marítimo do hemisfério sul) e o harmatã (ar seco do Saara). A C.I.T.,<br />

orienta<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong>mente na direção oeste -leste, desloca -se do sul para<br />

o norte durante a primavera e nos dois primeiros meses do verão e, depois,<br />

do norte para o sul. Esta oscilação sazonal ocorre entre 4° N e 20 -23° N. A<br />

superfície de descontinui<strong>da</strong>de entre o ar úmido e o ar seco eleva -se lentamente<br />

do norte para o sul. A cama<strong>da</strong> úmi<strong>da</strong> <strong>da</strong> monção constitui, no verão, uma delga<strong>da</strong><br />

cunha de ar frio em direção ao norte, causando apenas fracas precipitações. É<br />

necessário que o ar úmido tenha uma espessura de 1200 a 1500 m para que<br />

ocorram precipitações consideráveis. Estas condições só são encontra<strong>da</strong>s de 200<br />

a 300 km ao sul <strong>da</strong> linha <strong>da</strong> C.I.T. (L. Dorize, 1974). A posição <strong>da</strong> C.I.T. varia<br />

muito, não apenas de estação para estação, mas também de dia para dia, em<br />

função do campo de pressão de to<strong>da</strong> a <strong>África</strong> e do oceano Atlântico. Como foi<br />

demonstrado por P. Pedelaborde (1970), o impulso originário do Atlântico sul,<br />

combinado com a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> frente polar meridional, representa a principal<br />

força de deslocamento <strong>da</strong> zona de convergência para o norte. O retraimento <strong>da</strong><br />

C.I.T. em direção ao sul (em setembro) seria, pois, devido ao enfraquecimento<br />

do anticiclone do Atlântico sul e à influência do hemisfério norte. As raras<br />

intervenções do ar boreal, dessecado após atravessar o Saara, causam apenas<br />

pequenas chuvas nas regiões montanhosas do Saara. Ao contrário, o ar austral,<br />

após cruzar o oceano, traz umi<strong>da</strong>de potencial.<br />

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