29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

472 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

certeza ao Homo sapiens, a partir do Paleolítico Superior, e com uma evidência<br />

pouco discutível ao homem de Neandertal no Paleolítico Médio, só podem<br />

ser relaciona<strong>da</strong>s hipoteticamente aos pitecantropíneos e australopitecíneos.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, é a única hipótese que se pode formular cientificamente. Mas a<br />

indústria que acompanha os sinantropíneos não é a mesma descoberta junto<br />

aos pitecantropíneos, e esta é diferente em Java (Pithecanthropus), na Argélia<br />

(Atlanthropus) e na <strong>África</strong> oriental. Quanto aos australopitecíneos, representam<br />

um grupo heterogêneo onde ain<strong>da</strong> é difícil descobrir os possíveis, se não<br />

prováveis, autores <strong>da</strong> Cultura Osteodontoquerática e <strong>da</strong> Pebble Culture.<br />

Portanto, se para o paleontólogo existe um “limiar” <strong>da</strong> hominização o<br />

“Rubicão cerebral”, que o Professor Vallois definiu como sendo a capaci<strong>da</strong>de<br />

cerebral de 800 cm³ –, para o pré -historiador existe um “limiar técnico” que, uma<br />

vez transposto, abre o caminho do progresso até nós. A definição desse limiar<br />

exige a solução de dois problemas: como e quando. O primeiro problema implica<br />

eliminar to<strong>da</strong>s as causas naturais para poder reconhecer no utensílio a mão do<br />

homem. O segundo implica dispor de esquemas cronológicos que permitam<br />

<strong>da</strong>tar, com um grau de aproximação aceitável, as mais remotas evidências <strong>da</strong><br />

indústria humana.<br />

Até o presente momento, somente a <strong>África</strong> forneceu respostas para esses<br />

dois problemas.<br />

Visto que a teoria do monogenismo é universalmente aceita, a <strong>África</strong> é<br />

considera<strong>da</strong> hoje como o berço <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. Esse “berço sobre ro<strong>da</strong>s” –<br />

segundo a definição espirituosa do Abade Breuil –, que por muito tempo se<br />

moveu entre os picos do Pamir e as planícies do Eufrates, fixou -se, por enquanto,<br />

na <strong>África</strong> oriental. Esse fato teria ocorrido há uns 3 milhões de anos, no mínimo.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, o Antigo Testamento (Livro do Gênesis) situa o Paraíso terrestre,<br />

o Éden, numa paisagem de jardins e plantas cultiva<strong>da</strong>s. Deus destinava Adão<br />

à agricultura e à criação de animais, a um gênero de vi<strong>da</strong> “neolítica” numa<br />

região onde todo um período Paleolítico iria pouco a pouco se revelar. To<strong>da</strong>s as<br />

cronologias tira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Santa Escritura situam a criação do homem entre 6484<br />

e 3616 antes <strong>da</strong> Era Cristã. O Oriente Próximo foi, com to<strong>da</strong> a certeza, um<br />

dos antigos, se não o mais antigo centro de neolitização; entretanto, além dessa<br />

particulari<strong>da</strong>de, na<strong>da</strong> mais existe que nos permita afirmar que foi o Oriente<br />

Próximo o berço <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />

O homem fez sua entra<strong>da</strong> em silêncio, e são as pedras por ele lasca<strong>da</strong>s<br />

que, muito tempo depois, denunciam sua existência. A espécie humana “não<br />

modificou na<strong>da</strong> na Natureza no momento de seu aparecimento […] ela emerge<br />

fileticamente diante de nossos olhos exatamente como qualquer outra espécie”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!