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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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252 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

frequentemente a essa técnica. Em seu trabalho sobre o grupo oeste -atlântico,<br />

D. Sapir também a utiliza 2 . Ele indica que o seereer e o pulaar, colocados no<br />

mesmo grupo, têm 37% de palavras em comum; o baga koba e o temne, 79%; o<br />

temne e o seereer, apenas 5%; o basari e o safeen, também 5%.<br />

Esses idiomas são todos agrupados na mesma família, mas o vocabulário<br />

comum (que pode ser abun<strong>da</strong>ntemente emprestado) não é suficiente para negar<br />

ou afirmar uma relação histórica. Tem -se recorrido também à similari<strong>da</strong>de<br />

de “traços tipológicos” ou à identi<strong>da</strong>de de estrutura (comparação dos sistemas<br />

pronominal, verbal ou nominal, etc.).<br />

O componente tipológico, associado aos <strong>da</strong>dos fornecidos pela análise lexical e<br />

fonológica, possibilita atingir resultados que se tornam tanto mais comprobatórios<br />

quanto forem considera<strong>da</strong>s a história e as influências. A reconstrução também<br />

visa a <strong>da</strong>tar a época em que essa herança comum foi dividi<strong>da</strong> no interior de<br />

uma protolíngua e depois emprega<strong>da</strong> por línguas aparenta<strong>da</strong>s e que estavam<br />

diferenciando -se progressivamente. Além disso, preocupa -se em identificar a<br />

natureza <strong>da</strong> língua primitiva que deu origem aos vários falares que podem ser<br />

ligados a uma mesma protolíngua.<br />

Reconstrução e <strong>da</strong>tação<br />

Permitem determinar a i<strong>da</strong>de dos materiais léxicos e estruturais coligidos<br />

durante o estudo <strong>da</strong>s línguas, com o objetivo de, por comparação, precisar<br />

com maior ou menor certeza o nível em que se situa o parentesco linguístico.<br />

Portanto, essas técnicas oferecem pontos de referência precisos à história <strong>da</strong><br />

separação dos povos que pertenciam ao mesmo universo cultural e linguístico.<br />

Ao mesmo tempo, iluminam de forma abrangente a história <strong>da</strong>s etnias e <strong>da</strong>s<br />

civilizações multinacionais e multiétnicas.<br />

No contexto de uma pesquisa sobre uma época recente e a propósito<br />

de línguas escritas, o esforço é relativamente menor. Em contraparti<strong>da</strong>, a<br />

rari<strong>da</strong>de dos documentos posteriores ao IV milênio antes <strong>da</strong> Era Cristã<br />

geralmente dificulta a tarefa. Nesse caso, entretanto, trata -se de eluci<strong>da</strong>r<br />

a história de períodos decisivos de mutação linguística. Os processos de<br />

mu<strong>da</strong>nça do vocabulário ou <strong>da</strong>s estruturas examinados com esse propósito<br />

são, como veremos mais tarde, muito lentos e difíceis de determinar. Para<br />

atenuar essa escassez de informação, é necessário recorrer a técnicas mais<br />

ou menos eficientes.<br />

2 SAPIR, D. 1973.

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