29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tendências recentes <strong>da</strong>s pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral<br />

trabalhava nas instituições de pesquisa do governo belga no Congo e em Ruan<strong>da</strong>.<br />

No IFAN*, em Dacar, Raymond Mauny, futuro professor de história africana na<br />

Sorbonne, dedicava -se à pesquisa sobre a <strong>África</strong> ocidental. Yves Person, ain<strong>da</strong><br />

administrador colonial, começava as investigações que originariam em 1968 sua<br />

tese sobre Samori e lhe permitiriam contribuir para a introdução <strong>da</strong> história <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> nas universi<strong>da</strong>des de Abidjan e Dacar. Presença Africana, através de sua<br />

revista e dos dois grandes congressos de Escritores e Artistas Negros, realizados<br />

em Paris e Roma em 1956 e 1959, impulsionava vigorosamente tal processo.<br />

To<strong>da</strong>s essas ativi<strong>da</strong>des caminhavam simultaneamente ao desenvolvimento, na<br />

própria <strong>África</strong>, de estudos históricos africanos. Neste reencontro <strong>da</strong> história <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> com a história do mundo, o momento capital é aquele em que progride<br />

nos outros continentes o estudo <strong>da</strong> história africana – progressos paralelos no<br />

tempo aos <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>África</strong> nas universi<strong>da</strong>des africanas. Em 1950, Roland<br />

Oliver começou a ensinar história africana na escola de estudos orientais e<br />

africanos <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Londres. Na União Soviética, D. A. Olderogge e<br />

seus colegas do Instituto Etnográfico de Leningrado inauguravam um programa<br />

sistemático de pesquisas que culminou, algum tempo depois, com a publicação<br />

de to<strong>da</strong> a documentação conheci<strong>da</strong> sobre a <strong>África</strong> subsaariana do século XI<br />

em diante, nas línguas <strong>da</strong> Europa oriental, com tradução e notas em russo 12 .<br />

Durante esse mesmo decênio, foi cria<strong>da</strong> na Sorbonne a primeira cadeira de<br />

<strong>História</strong> Africana; logo havia duas, a do antigo governador <strong>da</strong>s colônias, Hubert<br />

Deschamps, e a de Raymond Mauny. Por seu lado, Henri Brunschwig assumia<br />

a direção <strong>da</strong>s pesquisas sobre a história africana na Ecole Pratique des Hautes<br />

Etudes, enquanto Robert Cornevin publicava a primeira edição de seu resumo<br />

<strong>da</strong> <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong>, várias vezes revista e completa<strong>da</strong> desde então.<br />

Para além <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> <strong>África</strong>, os progressos eram mais lentos; na própria<br />

Europa, a história africana só foi admiti<strong>da</strong> inicialmente nos cursos universitários<br />

dos países colonizadores. Nas Américas, onde uma grande parte <strong>da</strong> população é de<br />

origem africana, poderíamos esperar manifestações de interesse. No entanto, por<br />

mais importantes que fossem os vestígios culturais africanos, nem o Brasil nem<br />

as Caraíbas deram a atenção mereci<strong>da</strong> ao assunto. No Haiti, alguns intelectuais<br />

demonstraram solicitude com relação à cultura local basea<strong>da</strong> num africanismo<br />

<strong>da</strong>tado dos primeiros trabalhos do Doutor Price -Mars (1920). Em Cuba, sentia-<br />

-se forte influência <strong>da</strong> cultura afro -cubana entre certas personali<strong>da</strong>des do mundo<br />

* Institut Fon<strong>da</strong>mental d’Afrique Noire (N. do T.).<br />

12 KUBBEL, L. E. e MATVEÏEV, V. V. 1960 e 1965.<br />

51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!