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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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88 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Nossos conhecimentos a respeito <strong>da</strong> Núbia e do país de Punt baseiam-<br />

-se unicamente em material arqueológico e epigráfico (desenhos murais em<br />

particular), não se tendo encontrado fontes escritas até o presente momento.<br />

b) No primeiro milênio antes <strong>da</strong> Era Cristã, especialmente a partir do século<br />

VI, diversifica -se e se altera a contribuição de nossas fontes. Os documentos<br />

narrativos somam -se aos documentos arquivísticos e, em certos momentos,<br />

substituem -nos. Um exemplo é o Livro dos Reis, fragmento do Antigo Testamento,<br />

que nos dá informações preciosas sobre o advento <strong>da</strong> 22 a dinastia (cerca de -950)<br />

e continua a ser de grande utili<strong>da</strong>de para todo o período seguinte, isto é, até<br />

o domínio persa ( -525). O Livro dos Reis recebeu uma primeira re<strong>da</strong>ção antes<br />

<strong>da</strong> destruição de Jerusalém, ou seja, antes de -586 12 , e foi retocado durante o<br />

exílio, mas reproduz tradições que remontam ao início do primeiro milênio<br />

antes <strong>da</strong> Era Cristã. Outras fontes estrangeiras, gregas sobretudo, trazem <strong>da</strong>dos<br />

sobre o baixo período a partir <strong>da</strong> primeira dinastia Saíta (século VIII antes<br />

<strong>da</strong> Era Cristã): Menandro, Aristodemo, Filocoro, Heródoto. Do ponto de<br />

vista arquivístico, os papiros deste período aparecem escritos em grego ou em<br />

demótico escrita ain<strong>da</strong> mais cursiva que o hierático. No século -V, os papiros<br />

dos Judeus de Elefantina são nossa principal fonte, enquanto, nos séculos -IV e<br />

-III, aparece a crônica demótica.<br />

c) O período que se estende do estabelecimento dos Ptolomeus no Egito<br />

(fim do século IV antes <strong>da</strong> Era Cristã) até a conquista árabe (639) cobre um<br />

milênio que se caracteriza pela abundância de fontes gregas e pela emergência<br />

<strong>da</strong> zona etíope -eritreia em nosso campo de conhecimento. Políbio, Estrabão,<br />

Diodoro, Plínio, o Velho falam -nos dessa região com uma precisão relativa, que<br />

não exclui a ignorância ou a ingenui<strong>da</strong>de. O naturalista romano nos dá em sua<br />

<strong>História</strong> natural numerosas informações sobre o mundo etíope, em particular no<br />

que diz respeito aos produtos do comércio e aos circuitos de troca. É obra de<br />

compilação, certamente de valor desigual, mas rica em detalhes.<br />

A informação de que dispomos torna -se mais precisa no meio milênio que<br />

se segue ao aparecimento do Cristianismo. O Egito, como sabemos, passa a ser,<br />

no século II, o foco principal <strong>da</strong> cultura helenística, sendo muito natural que<br />

tenha produzido historiadores, geógrafos, filósofos e padres <strong>da</strong> Igreja. Integrado<br />

politicamente ao Império Romano, depois Bizantino, o Egito era objeto de<br />

inúmeros escritos latinos ou gregos externos, de ordem narrativa ou arquivística<br />

(Código de Teodósio, por exemplo, ou Novellae de Justiniano). Notemos também<br />

12 LODS, A. Les Prophètes d’Israël et les débuts du ju<strong>da</strong>ïsme. Paris, 1950, p. 7; DRIOTON e VANDIER, op.<br />

cit. pas.; DORESSE, 1971, t. 1, p. 47 -61.

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