29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

756 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Alguns comentários se fazem necessários a propósito desses estilos que<br />

evoluem sem limites cronológicos precisos. O segundo estágio do estilo arcaico,<br />

em particular, é bastante heterogêneo. O bovino que an<strong>da</strong> a passo lento, de Sefar,<br />

não tem na<strong>da</strong> em comum com as cabeças mascara<strong>da</strong>s e os motivos simbolistas.<br />

Por outro lado, certos estereótipos atravessam vários tipos e estilos, tal como a<br />

técnica pictórica que consiste em representar os bovídeos com os chifres de frente<br />

e a cabeça de perfil, encontra<strong>da</strong> em Ouan Render. São também estereotipados<br />

certos gestos e atitudes, como a dos pastores que têm um braço estendido<br />

enquanto o outro está dobrado sobre a cintura. Enfim, nota -se claramente a<br />

existência de certos temas regionais: o carneiro no sul de Orã, a espiral no Tassili,<br />

que não aparece no Fezzan nem no sul de Orã. Em compensação, os temas<br />

sexuais caracterizam sobretudo o Fezzan e o Tassili.<br />

No que diz respeito ao estilo dos adornos, foram encontrados no Capsiense<br />

Superior ovos de avestruzes gravados com motivos geométricos. Mas é<br />

sobretudo ao Neolítico de tradição su<strong>da</strong>nesa que devemos os instrumentos e<br />

armas artísticas, os esplêndidos broches de sílex jaspeado, envernizados em verde<br />

e vermelho -escuro, a cerâmica decora<strong>da</strong> com linhas ondula<strong>da</strong>s (wavy line), as<br />

pontas de flechas de Tichitt, com suas denticulações cui<strong>da</strong>dosamente poli<strong>da</strong>s e<br />

seu perfeito formato triangular.<br />

Nas outras regiões <strong>da</strong> <strong>África</strong>, a tipologia ain<strong>da</strong> está sendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. Na<br />

Namíbia, por exemplo, um autor menciona a existência de vinte estratos e estilos<br />

de cores diferentes, com quatro grandes fases: 1. fase dos grandes animais em<br />

estilo arcaico, sem figuras humanas; 2. painéis de pequenas dimensões com<br />

representações humanas; 3. fase monocromática com cenas de caça e <strong>da</strong>nças<br />

rituais cheias de vi<strong>da</strong>; 4. fase policroma<strong>da</strong> que atinge o apogeu estético, como<br />

no abrigo de Philipp Cave (Damaraland) e nas pinturas de Brandberg, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong>s<br />

do ano 1500 B.P.<br />

L. Frobenius, por sua vez, distingue dois estilos principais de arte rupestre<br />

na <strong>África</strong> meridional. Na ponta sul do continente, do Transvaal ao Cabo, do<br />

Drakensberg oriental às falésias <strong>da</strong> costa <strong>da</strong> Namíbia, trata -se de uma arte<br />

“naturalista”, na qual predominam os animais, quase sempre representados<br />

isola<strong>da</strong>mente, com uma habili<strong>da</strong>de consuma<strong>da</strong> que reproduz com exatidão as<br />

dobras <strong>da</strong> pele de um paquiderme e as listras <strong>da</strong> pelagem de uma zebra. Mas essa<br />

arte é inanima<strong>da</strong> e fria, ain<strong>da</strong> que as pinturas sejam policroma<strong>da</strong>s e compostas,<br />

e as cores aplica<strong>da</strong>s por fricção com notável habili<strong>da</strong>de. Trata -se de cenas bem<br />

estrutura<strong>da</strong>s de caça<strong>da</strong>s, de <strong>da</strong>nças, de procissões e de conselhos. Por outro lado,<br />

do centro do Transvaal ao Zambeze (Zâmbia, Zimbabwe, Malavi), a arte é<br />

fun<strong>da</strong>mentalmente monocromática, basea<strong>da</strong> no vermelho ou no ocre dos óxidos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!