29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

66 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

sedentários dos oásis foram imediatamente repelidos para o sul ou reduzidos à<br />

escravidão.<br />

Tendo em vista tudo o que foi exposto acima, chega -se a uma conclusão que<br />

constitui um avanço metodológico decisivo: um vasto material documental, rico<br />

e variado, pode ser obtido a partir <strong>da</strong>s fontes e técnicas basea<strong>da</strong>s nas ciências<br />

exatas e nas ciências naturais. O historiador se vê obrigado a desenvolver esforços<br />

de investigação por vezes au<strong>da</strong>ciosos. Todos os caminhos que se abrem estão<br />

doravante entrelaçados. O conceito de “ciências auxiliares” perde ca<strong>da</strong> vez mais<br />

terreno nesta nova metodologia, exceto se entendermos por “ciências auxiliares <strong>da</strong><br />

história”, as técnicas fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> pesquisa histórica, originárias de qualquer<br />

campo científico e que, de resto, não foram ain<strong>da</strong> totalmente descobertas. De<br />

agora em diante, as técnicas de investigação são parte <strong>da</strong> prática histórica e<br />

fazem com que a história se incline de forma concreta para o lado <strong>da</strong> ciência.<br />

Dessa forma, a história se beneficia <strong>da</strong>s conquistas <strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> Terra e<br />

<strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. To<strong>da</strong>via, seu aparato de pesquisa e de crítica se enriquece<br />

sobretudo com a contribuição <strong>da</strong>s outras ciências humanas e sociais: egiptologia,<br />

linguística, tradição oral, ciências econômicas e políticas.<br />

Até hoje a egiptologia permanece uma fonte insuficientemente utiliza<strong>da</strong> pela<br />

história <strong>da</strong> <strong>África</strong>. É conveniente, portanto, insistir no assunto. A egiptologia<br />

compreende a arqueologia histórica e a decifração dos textos. Nos dois casos, o<br />

conhecimento <strong>da</strong> língua egípcia é um pré -requisito indispensável. Esse idioma,<br />

que permaneceu vivo durante cerca de 5000 anos (se levarmos em consideração<br />

o copta), apresenta -se materialmente sob três escritas distintas:<br />

• Escrita hieroglífica, cujos signos se dividem em duas grandes classes: os<br />

ideogramas ou signos -palavras (por exemplo, o desenho de um cesto de vime<br />

para designar a palavra “cesto”, cujos principais componentes fonéticos são<br />

nb) e os fonogramas ou signos -sons (por exemplo, o desenho de um cesto, do<br />

qual só se retém o valor fonético nb e que serve para escrever outras palavras<br />

diferentes de “cesto” mas que têm o mesmo valor fonético: nb, “senhor”; nb,<br />

“tudo”). Os fonogramas, por sua vez, classificam -se em: trilíteros, signos que<br />

combinam três consoantes; bilíteros, signos que combinam duas consoantes;<br />

unilíteros, signos que contêm uma só vogal ou consoante: trata -se, nesse<br />

caso, do alfabeto fonético egípcio.<br />

• Escrita hierática, ou seja, a escrita cursiva dos hieróglifos, que apareceu em<br />

torno <strong>da</strong> III dinastia ( -2778 a -2423); é sempre orienta<strong>da</strong> <strong>da</strong> direita para a<br />

esquer<strong>da</strong> e traça<strong>da</strong> com um cálamo sobre folhas de papiro ou fragmentos de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!