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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Quadro cronológico <strong>da</strong>s fases pluviais e glaciais <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

A altitude do monte Quênia (lat. 0°10’ S; longo 37°18’ L) é de 5158 m e a<br />

atual linha de neve está a 5100 m; estima -se que a linha de neve no Pleistoceno<br />

tenha descido no máximo a 900 m (Flint, 1959). O monte Kilimandjaro na<br />

Tanzânia (lat. 3°05’ S; longo 37°22’ L) tem uma altitude de 5897 m e parece<br />

situar -se atualmente pouco acima <strong>da</strong> linha de neve; a linha de neve mais baixa,<br />

no Pleistoceno, esteve acima de 1300 m (Flint, 1959). O monte Elgon, em<br />

Ugan<strong>da</strong> (lat. 1 °08’ N; longo 34°33’ L), tem uma altitude de 4315 m e situa -se,<br />

atualmente, bem abaixo <strong>da</strong> linha de neve, tendo apresentado geleiras durante o<br />

Pleistoceno. O monte Ruwenzori (lat. 0°24’ N; longo 29°54’ L) tem uma altitude<br />

de 5119 m e sua atual linha de neve situa -se a 4750 m na vertente oeste (Zaire)<br />

e 4575 m na vertente leste (Ugan<strong>da</strong>). As geleiras do Pleistoceno desciam a<br />

2900 m na vertente oeste e a cerca de 2000 m na vertente leste.<br />

Atualmente não existem geleiras nas terras altas <strong>da</strong> Etiópia, porém os<br />

montes Semien (lat. 13°14’ N; longo 28°25’ L) parecem ter apresentado geleiras<br />

durante o Pleistoceno. Nilsson (1940) demonstra a existência de duas antigas<br />

glaciações em alguns picos desta cadeia (altitude de aproxima<strong>da</strong>mente 4500<br />

m) com linhas de neve a 3600 -4100 m e 4200 m. Um recuo glacial associado<br />

ao Pleistoceno Superior corresponde a uma linha de neve a 4400 m. Nilsson<br />

também descreve uma glaciação do Pleistoceno Superior no monte Kaka (lat.<br />

7°50’ N; longo 39°24’ L), com uma linha de neve a 3700 m. Foram também<br />

descritas glaciações em outros picos vulcânicos <strong>da</strong> Etiópia, que atualmente se situam<br />

bem abaixo <strong>da</strong> linha de neve: monte Guna (lat. 11°43’ N; longo 38°17’ L); Amba<br />

Farit (lat. 10053’ N; longo 38°50’ L) e monte Chillale (lat. 7°50’ N; longo 39°10’ L).<br />

Há evidências convincentes de pelo menos duas gIaciações nas zonas<br />

equatorial e subequatorial <strong>da</strong> <strong>África</strong>, e de um clima consideravelmente mais frio<br />

durante o período que corresponde à glaciação de Würm. Além dos fenômenos<br />

glaciais observados em alguns picos desta zona, descobriram -se na Etiópia vestígios<br />

de solifluxão e de modificação dos solos por congelamento (4200 -9300 m). De<br />

acordo com Budel (1958), o limite inferior dos fenômenos de solifluxão durante<br />

o período de Würm alcançou 2700 m. Também foram registrados depósitos<br />

glaciofluviais em muitas áreas <strong>da</strong> <strong>África</strong> equatorial. Os depósitos do monte<br />

Ruwenzori foram estu<strong>da</strong>dos por de Heinzelin (1963), que constatou serem<br />

eles paralelos aos terraços gamblienses do rio Semliki. O Semliki, que une os,<br />

lagos Eduardo e Alberto na fronteira do Zaire com Ugan<strong>da</strong>, possui espessas<br />

cama<strong>da</strong>s de seixos grandes e médios, areias e terra vermelha agrupa<strong>da</strong>s junto<br />

com os depósitos coluviais. De Heinzelin demonstra que os terraços sangoenses-<br />

-lupembienses são contemporâneos dos depósitos glaciofluviais do monte<br />

Ruwenzori.<br />

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