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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Mapa linguístico <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

“Um resultado importante de todo este (recente) trabalho sobre as línguas do grupo<br />

‘benue -congo’ foi colocar em dúvi<strong>da</strong> a vali<strong>da</strong>de deste grupo enquanto uni<strong>da</strong>de genética,<br />

Primeiramente, admitira -se de modo incontestável que Greenberg estava com a<br />

razão ao afirmar que muitas inovações comuns poderiam ter valor de prova, embora<br />

na reali<strong>da</strong>de mencionasse apenas uma: a palavra que significa ‘criança’. Williamson<br />

relata, entretanto, que quando se levam em consideração correspondências fonéticas<br />

regulares, observa -se que tal particulari<strong>da</strong>de não se limita às línguas benue -congo<br />

e, assim, não constitui prova convincente; acrescenta que, em todo o volume I de<br />

Benue ‑Congo Comparative Wordlist não existe um único exemplo que constitua uma<br />

prova convincente...” 17 .<br />

Quando Stewart nos aponta as dúvi<strong>da</strong>s antigas acerca <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de externa<br />

do grupo benue -congo, não se pode deixar de imaginar por que os especialistas<br />

<strong>da</strong> linguística compara<strong>da</strong> relutaram tanto em abandoná -lo em seus sistemas de<br />

classificação. Infelizmente, parece ter -se perdido to<strong>da</strong> a lição prática do benue-<br />

-congo e – ao invés de abandonar este e outros níveis não comprovados de<br />

classificação intermediária – Stewart prefere perpetuar o esquema de Greenberg,<br />

amalgamando “benue -congo” com “kwa” e “gur” (estes, dois conceitos igualmente<br />

arbitrários) para formar uma outra subdivisão, também arbitrária, do “níger-<br />

-congo”, conhecido agora como “volta -congo 18 ”. Sem dúvi<strong>da</strong>, teremos de esperar<br />

pelo resultado de outros trabalhos de linguística compara<strong>da</strong> antes que o “volta-<br />

-congo” de Stewart se amplie ain<strong>da</strong> mais, de modo a incluir todo o “níger -congo”<br />

ou a região setentrional de maior afini<strong>da</strong>de, único nível fun<strong>da</strong>mental de uni<strong>da</strong>de<br />

externa e interna que permanece claro e inconteste.<br />

Os historiadores deveriam notar que a “grande aceitação” <strong>da</strong> classificação<br />

stan<strong>da</strong>rd de Greenberg repousa principalmente, com respeito ao níger -congo,<br />

em sua própria aceitação dos “Gruppen” de Westermann ou “subfamílias” <strong>da</strong>s<br />

línguas <strong>da</strong> <strong>África</strong> ocidental. Como já foi ressaltado, Westermann não estabeleceu<br />

a uni<strong>da</strong>de externa de seus “Gruppen” 19 , enquanto sua uni<strong>da</strong>de interna demonstra<br />

apenas pertencerem as línguas que os constituem à região setentrional de maior<br />

afini<strong>da</strong>de.<br />

17 J. M. STEWART, 1976, p. 6.<br />

18 Ironicamente, constata -se que o mande é a única “subfamília” intermediária <strong>da</strong> família “níger -congo” de<br />

Greenberg que se apresenta clara e incontestável. A nitidez dessa divisão reflete o fato de ser ela a única<br />

de suas “subfamílias” putativas cuja pertinência fun<strong>da</strong>mental à família “níger -congo” não pode ser posta<br />

em dúvi<strong>da</strong>.<br />

19 D. DALBY, op. cit.<br />

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