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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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432 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

escala cronológica do carbono 14 em relação à escala de tempo exige correções<br />

que dificultam a correlação de fenômenos cujos limites se inscrevem no decurso<br />

de um ou dois séculos apenas.<br />

<strong>África</strong><br />

Após a extrema aridez do período que se estende de 16000 a 14000 B.P. e<br />

a partir de 12000 B.P., os lagos <strong>da</strong>s regiões saarianas, <strong>da</strong>s costas do Atlântico<br />

ao mar Vermelho; expandiram -se de forma notável. Em quase to<strong>da</strong>s as regiões<br />

baixas são observados depósitos lacustres, frequentemente constituídos de<br />

diatomáceas.<br />

No Níger e no Chade, M. Servant (1973) elaborou uma curva contínua<br />

<strong>da</strong> relação P/E (Fig. 6) com base em um estudo de diferentes tipos de lagos,<br />

levando em conta seu modo de alimentação e sua situação hidrogeológica e<br />

geomorfológica.<br />

Esta curva climática ilustra as grandes oscilações que parecem ter um caráter<br />

geral: grande extensão dos lagos ao redor de 8500 B.P., retração ao redor de<br />

4000 B.P. e flutuações menores após 3000 B.P. Estas variações principais<br />

são igualmente observa<strong>da</strong>s nos diversos lagos do Afar, embora com algumas<br />

nuances devi<strong>da</strong>s a seus modos de alimentação (Gasse, 1975) (Fig. 7). Nota -se<br />

uma analogia manifesta entre a curva do Chade e a curva <strong>da</strong> umi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> zona<br />

continental siberiana.<br />

O estudo dos demais lagos africanos mostra uma linha geral de evolução<br />

muito semelhante. Livingstone e Van der Zinderen Bakker julgam haver um<br />

paralelismo estreito entre a evolução climática do leste africano e a <strong>da</strong> Europa.<br />

A extensão dos lagos do Saara até 8000 B.P. parece estar relaciona<strong>da</strong> a uma<br />

melhor distribuição <strong>da</strong>s chuvas durante o ano e a uma nebulosi<strong>da</strong>de densa o<br />

suficiente para reduzir a evaporação. M. Servant (1973) acredita que a circulação<br />

atmosférica de então tenha sido diferente <strong>da</strong> atual. A presença de vários níveis<br />

de diatomáceas de clima “frio” leva -o a postular possíveis intrusões de ar polar<br />

sobre o Saara. O mecanismo climático atual ter -se -ia estabelecido somente a<br />

partir de 7000 B.P.<br />

Hemisfério sul<br />

Bowler et alii situam em 8000 B.P. (Mt. Wilhem) o desaparecimento <strong>da</strong>s<br />

geleiras no norte <strong>da</strong> Austrália e na Nova Guiné, em concomitância com o<br />

aumento <strong>da</strong>s chuvas, que apresenta f1utuações menores. Entre 8000 e 5000

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